Quarenta estudantes da Universidade Eduardo Mondlane (UEM) foram contemplados, esta quarta-feira (30), com bolsas de estudo oferecidas pela empresa MOZAL, no âmbito do programa “Mulher na Indústria”, iniciado em 2018. A iniciativa tem como principal objetivo promover a participação feminina nas áreas de ciência, tecnologia, engenharia e matemática, bem como incluir jovens oriundos de várias regiões do país e alunos com deficiência.

As bolsas concedidas cobrem despesas como propinas, material académico, transporte e ainda oferecem um computador portátil. Entre os beneficiários estão 20 raparigas residentes nos distritos da Matola e Boane, 10 jovens de diferentes províncias e 5 estudantes com necessidades especiais, estes últimos matriculados na Faculdade de Letras e Ciências Sociais, nos cursos de Ensino de Língua Portuguesa, Literatura Moçambicana e Filosofia.

Durante a cerimónia, o Presidente do Conselho de Administração da MOZAL, Samuel Gudo, reiterou o compromisso da empresa com a educação como instrumento-chave para o desenvolvimento sustentável. Gudo sublinhou a importância da igualdade de oportunidades, sobretudo num sector onde as mulheres ainda têm presença reduzida.

“Estamos felizes por contribuir com estas 40 bolsas, que simbolizam a continuidade do nosso programa ‘Mulher na Indústria’. Com esta iniciativa, queremos empoderar as mulheres e integrá-las no sector industrial, que continua a ser dominado por homens”, destacou o PCA.

Desde o lançamento do programa, já foram concedidas 390 bolsas, das quais 98% foram destinadas a mulheres. Destas, 150 beneficiaram estudantes do ensino superior, e 240 foram atribuídas a estudantes do ensino técnico-profissional, em áreas como mecânica e electricidade industrial. Gudo agradeceu à UEM, ao Governo e aos parceiros pelo suporte contínuo e apelou ao empenho dos estudantes beneficiários.

“Encorajo os jovens a se dedicarem aos estudos e a aproveitarem esta oportunidade para se tornarem agentes de mudança nas suas comunidades. A educação tem o poder de transformar vidas”, frisou.

Por sua vez, o reitor da UEM, Manuel Guilherme, elogiou a parceria com a MOZAL, realçando que este ano a abrangência das bolsas foi ampliada, passando a incluir estudantes com deficiência e oriundos de diferentes províncias, o que reforça a inclusão social no ensino superior.

“A colaboração com a MOZAL tem removido barreiras, particularmente para as raparigas nas áreas de engenharia. Ao aliviar os encargos financeiros, estas bolsas permitem que os estudantes se concentrem totalmente na sua formação”, afirmou Guilherme.

Ele revelou ainda que, só neste ano, a MOZAL já disponibilizou 165 bolsas, o que tem contribuído para reduzir a disparidade de género nas taxas de conclusão dos cursos de engenharia da UEM. Além das bolsas, a empresa apoia a preparação de cerca de 150 raparigas dos distritos da Matola, Boane e zonas próximas para os exames de admissão ao ensino superior.

A representante dos estudantes bolseiros também se pronunciou, destacando que mais do que um apoio financeiro, estas bolsas representam uma oportunidade de realização pessoal e profissional, especialmente para mulheres que desejam construir uma carreira em áreas dominadas por homens.

“Elas não apenas aliviam as dificuldades económicas, mas também reforçam a nossa determinação em seguir os nossos sonhos. Esta iniciativa mostra que a mulher tem espaço em todos os sectores, inclusive na engenharia, e promove a inclusão e igualdade no acesso à educação”, concluiu.