O partido Renamo veio a público desmentir as informações que têm circulado nas redes sociais e em certos meios de comunicação acerca do alegado mau estado de saúde do seu presidente, Ossufo Momade. O esclarecimento foi feito pelo porta-voz da formação política, Marcial Macome, durante uma conferência de imprensa realizada em Maputo, onde abordou também outros temas relacionados à situação atual da oposição em Moçambique. Visivelmente indignado, Macome condenou a propagação de rumores sem fundamento sobre o líder do partido.
Nos últimos tempos, especulações sobre o paradeiro e a saúde de Momade ganharam força, havendo até rumores que indicavam que o presidente estaria a receber tratamento na África do Sul ou que teria falecido. Essas alegações geraram inquietação entre os membros do partido e lançaram dúvidas sobre a estabilidade política interna, num momento delicado para o país.
“O presidente da Renamo está bem de saúde. Infelizmente, circulam informações mal-intencionadas alegando que ele morreu na África do Sul, e não entendemos com que fim essas falsidades estão sendo divulgadas. Ele encontra-se em Maputo, em plena atividade, e utiliza os órgãos do partido para exercer sua liderança”, declarou Macome.
As declarações surgem num contexto de tensão interna na Renamo, marcado pelo encerramento de algumas sedes distritais e provinciais, o que analistas interpretam como possíveis sinais de desentendimentos dentro da organização. A ausência prolongada de Momade da esfera pública tem contribuído ainda mais para o clima de incerteza.
“Estamos atentos à situação e a lidar com ela de forma adequada. Em democracia, deve haver tolerância, respeito por opiniões divergentes e pelas instituições. O encerramento de estruturas partidárias representa um ataque à própria democracia, cuja base é o funcionamento pleno dessas instituições”, reforçou Macome.
Segundo o porta-voz, os desafios enfrentados pela Renamo refletem uma realidade mais ampla. Ele lembrou que diversas formações políticas, dentro e fora do país, atravessam momentos de crise, sobretudo após os períodos eleitorais, quando surgem questionamentos internos sobre rumos e lideranças.
“A crise é global. Todos os partidos enfrentam dificuldades. A Renamo é uma instituição que está inserida no contexto político e geopolítico mundial”, concluiu Macome, rejeitando a ideia de que a situação do partido seja isolada ou particularmente grave.