O governador da Califórnia, Gavin Newsom, anunciou que moverá uma ação judicial contra o ex-presidente Donald Trump, acusando-o de ter mobilizado ilegalmente a Guarda Nacional durante os protestos recentes em Los Angeles. A medida, segundo Newsom, representa uma violação clara da autoridade estadual e da Constituição dos Estados Unidos.
Durante uma entrevista à emissora MSNBC, o governador afirmou que a mobilização das tropas foi feita sem qualquer coordenação ou autorização do Estado da Califórnia, o que fere diretamente a autonomia estadual prevista em lei. “Foi uma ação ilegal, imoral e inconstitucional”, disse Newsom.
Segundo reportagens da AP News, The Guardian e The Washington Post, cerca de 2.000 soldados da Guarda Nacional foram enviados às ruas de Los Angeles após uma série de protestos relacionados a políticas migratórias e à resposta federal a refugiados. A ação contou com o uso de gás lacrimogêneo e repressão violenta, gerando indignação por parte de líderes locais e ativistas dos direitos civis.
O procurador-geral da Califórnia, Rob Bonta, confirmou que o estado moverá uma ação com base na violação da Lei Posse Comitatus, que proíbe o uso de forças armadas em assuntos civis internos sem a devida autorização estadual, exceto sob circunstâncias extremas.
Newsom acusou Trump de criar uma “crise fabricada” com fins políticos, afirmando que a mobilização foi feita para gerar comoção e fortalecer sua base eleitoral. “Não se trata apenas de um ataque à Califórnia, mas a toda a ideia de governança democrática nos Estados Unidos”, completou o governador.
A ação marca um novo capítulo nas tensas relações entre a Califórnia e o ex-presidente Trump, que já haviam protagonizado diversos embates durante sua gestão na Casa Branca. Especialistas afirmam que esse processo pode estabelecer um precedente importante sobre os limites do poder federal em tempos de crise social.
