Dois detentos considerados extremamente perigosos desapareceram na última terça-feira (10 de junho) da penitenciária de segurança máxima de Chonchocoro, localizada em La Paz, Bolívia. Um deles é o brasileiro Felipe Edvaldo Meneses Iglesias, que utilizava uma identidade falsa — Andrés Luis Xavier da Rocha — e é apontado como integrante da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC).

O segundo foragido é o chileno Víctor Ramírez Valenzuela. Ambos estavam sob vigilância reforçada, justamente por já terem protagonizado tentativas anteriores de fuga.

A ausência dos prisioneiros foi notada apenas no final da tarde, durante a chamada nominal. Até aquele momento, as autoridades ainda não haviam concluído a inspeção em todo o complexo, cobrindo apenas metade da unidade. Embora o governo boliviano não tenha confirmado oficialmente a fuga até o início da noite, os protocolos de segurança foram imediatamente ativados.

Felipe Meneses possui um longo histórico de crimes violentos e fugas. Em março de 2022, foi condenado pelo homicídio do agricultor Wilson Ledezma, durante um assalto no município de Minero, cometido em parceria com outro brasileiro. Ambos foram detidos e encaminhados à penitenciária de Palmasola.

Menos de três meses depois, em junho daquele ano, Meneses escapou da prisão junto ao comparsa, utilizando cordas improvisadas para escalar os muros do presídio. A fuga durou cerca de 30 horas, até serem recapturados em Santa Cruz de la Sierra, armados com armamento de uso restrito. A companheira de Meneses foi presa sob acusação de ter ajudado na evasão.

Após esse episódio, foi transferido para a penitenciária de Chonchocoro, unidade destinada a internos de alto risco. Porém, em janeiro de 2023, protagonizou uma nova e violenta fuga.

Na ocasião, Meneses foi levado ao Hospital de Clínicas de La Paz alegando problemas de saúde. Lá, sacou uma arma, matou o sargento Domingo Chávez Condori e feriu outro agente gravemente antes de fugir numa motocicleta. As câmeras de segurança registraram o momento exato da execução, revelando a frieza com que o crime foi cometido.

As autoridades bolivianas seguem em alerta e realizam buscas intensas, temendo novas ações criminosas por parte dos fugitivos.