Alberto Ferreira, o candidato mais votado na corrida ao cargo de Secretário-Geral do partido PODEMOS, contestou oficialmente os resultados eleitorais internos. Apesar de liderar com a maior percentagem de votos no escrutínio de 25 de Maio, Ferreira não foi declarado vencedor por não atingir a maioria absoluta. Inconformado, recorreu ao Tribunal Judicial do Distrito Municipal Kamavota, solicitando uma providência cautelar para impedir a realização da segunda volta das eleições.
Em resposta à ação judicial, Albino Forquilha, presidente do PODEMOS, defendeu que todas as decisões tomadas no seio do partido devem ser respeitadas por seus membros. “Ninguém está acima das normas estabelecidas. Os princípios do partido não devem ser interpretados ao gosto individual”, afirmou.
Forquilha explicou que a decisão de seguir para uma segunda volta foi tomada pela Comissão Eleitoral e ratificada pela 11ª Sessão do Conselho Central – órgão máximo entre congressos. “Tivemos quatro candidatos, Ferreira liderou com 38%, mas não alcançou os 50% exigidos. A Comissão recomendou nova votação e o Conselho aprovou essa deliberação por maioria. Como tal, qualquer membro deve acatar o que foi decidido”, esclareceu.
O líder do PODEMOS reforçou que os processos internos não devem ser comprometidos por vontades pessoais. “Quando há uma decisão coletiva, ela deve ser cumprida. Mesmo que Ferreira tenha manifestado intenção de não continuar na disputa, isso não altera o rumo legal e estatutário do partido”, acrescentou.
Formação de quadros: PODEMOS lança Escola do Partido em Julho
Entre os dias 5 e 9 de Julho, a cidade da Beira, em Sofala, acolherá um evento de capacitação organizado pelo PODEMOS, com a presença de mais de 400 participantes. A iniciativa marca o lançamento da Escola do Partido, cuja missão é padronizar a conduta e os princípios dos seus membros.
Segundo Forquilha, a formação é parte do plano estratégico aprovado pelo partido e visa reforçar o papel do PODEMOS enquanto principal força da oposição. “Queremos que os nossos membros estejam alinhados com a nossa doutrina, organização e missão. Precisamos de uma base ideológica sólida para enfrentar os desafios atuais e futuros”, frisou.
O presidente do partido sublinhou ainda que a formação contínua dos militantes será uma das prioridades da agenda quinquenal. “Estamos a construir um partido com visão estratégica. É essencial que todos compreendam o pensamento e os valores que movem o PODEMOS. Isso será decisivo para o nosso crescimento e relevância no cenário político moçambicano”, concluiu.