Nampula — 13 de Junho de 2025 – A Associação Movimento Solidário, sediada na província de Cabo Delgado, manifestou preocupação com possíveis represálias contra os estudantes que denunciaram casos de corrupção e assédio sexual na Universidade Rovuma, polo de Montepuez.

A posição da organização foi tornada pública através de um comunicado divulgado no dia 12 deste mês, na sequência da suspensão de dez docentes acusados de envolvimento em práticas indevidas contra estudantes da instituição.

“O que veio à tona é grave, mas lamentavelmente não é novidade. Reflete uma estrutura onde o poder é, muitas vezes, utilizado para silenciar, explorar e perpetuar injustiças”, lê-se no documento.

A associação considera que a suspensão dos envolvidos é um passo inicial importante para garantir uma investigação justa e imparcial, porém, alerta que a medida, por si só, não é suficiente para resolver o problema.

No mesmo comunicado, o Movimento Solidário assegura que prestará apoio aos estudantes que tiveram coragem de denunciar as irregularidades. “Não estão sozinhos. Recusaram-se a ser cúmplices e por isso merecem o nosso respeito e admiração”, expressa a nota, reafirmando o compromisso da entidade com a defesa da justiça e da dignidade humana.

A associação exige ainda que os acusados sejam responsabilizados judicialmente e que as vítimas recebam reparação pelos danos sofridos. Também apela à implementação de medidas institucionais eficazes para prevenir futuros casos semelhantes, incluindo a criação de políticas claras de prevenção e combate ao assédio.

O caso ganhou notoriedade no dia 8 de junho, após a divulgação de um vídeo nas redes sociais, gerando diversas reações e debates entre membros da sociedade civil e o público em geral.