Trump exibe vídeo polêmico em reunião com presidente sul-africano

Na última quarta-feira (21), o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, recebeu no Salão Oval da Casa Branca o Presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa. Durante a reunião, Trump acusou o governo sul-africano de perseguir a minoria branca no país, interrompendo a conversa para exibir vídeos que, segundo ele, mostravam “famílias inteiras” de agricultores brancos fugindo de suas terras devido a expropriações forçadas. Ramaphosa negou veementemente essas acusações.

Em meio à tensão, Trump exibiu imagens que, conforme verificação da Agência France-Presse, foram retiradas do contexto, datando de 2020 ou até mesmo filmadas fora da África do Sul. Além disso, mostrou recortes de notícias para sustentar suas alegações de que a minoria Afrikaner estaria sofrendo genocídio.

“Quando tomam as terras, matam o fazendeiro branco, e nada acontece com os responsáveis”, declarou Trump, fazendo referência às supostas expropriações.

As declarações ocorreram na presença de Elon Musk, empresário sul-africano e conselheiro de Trump, que tem sido crítico das políticas sul-africanas relacionadas à minoria branca.

Ramaphosa rebateu, explicando que os agricultores brancos não estão sendo expropriados. Ele ressaltou que a legislação aprovada em janeiro tem como objetivo corrigir as desigualdades históricas herdadas do apartheid. O líder sul-africano também afirmou que a maioria das vítimas da crescente criminalidade no país são cidadãos negros.

O Presidente Ramaphosa afirmou ter vindo a Washington com a intenção de renovar as relações entre os Estados Unidos e a África do Sul. Ao término da visita, expressou esperança de que esse recomeço possa ser fortalecido pela participação de Trump na cúpula do G20, que será realizada em Joanesburgo em novembro.

Vale lembrar que, recentemente, Trump ameaçou não participar do evento, em protesto contra as políticas sul-africanas consideradas por ele como discriminatórias contra brancos. Neste mês, os EUA concederam status de refugiados a um grupo de cinquenta sul-africanos brancos, iniciativa que gerou críticas em Pretória, que avisou que a continuidade do programa será vista como uma afronta.

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