Kenneth Ofori-Atta, antigo ministro das Finanças e Planeamento Económico do Gana, foi incluído na lista vermelha da Interpol sob acusações de corrupção, nomeadamente por alegadamente ter usado o seu cargo para obter benefícios pessoais.

De acordo com informações divulgadas pela “African News”, no dia 12 de fevereiro, o Gabinete do Promotor Especial do Gana (OSP) declarou Ofori-Atta como fugitivo da justiça, após este abandonar o país sem fornecer uma data clara para o seu regresso.

As autoridades judiciais ganesas informaram o ex-ministro sobre as suspeitas de envolvimento em vários casos de corrupção, solicitando a sua comparência numa reunião com o OSP. Poucos dias depois, foi divulgado que o ex-governante havia entrado em contacto para remarcar o encontro para maio, motivo pelo qual foi temporariamente retirado da lista de procurados.

Contudo, ao não comparecer na nova data agendada, as autoridades reativaram o alerta e solicitaram à Interpol a inclusão de Ofori-Atta na lista vermelha, permitindo que seja detido internacionalmente com vista à sua extradição para responder em tribunal.

Entre os casos em investigação estão alegadas irregularidades nos processos de aquisição de ambulâncias e fundos destinados à construção de uma catedral nacional — esta última obra permanece incompleta apesar do investimento estatal estimado em 58 milhões de dólares norte-americanos.

Ofori-Atta, por sua vez, nega qualquer ato ilícito e alega estar fora do país por motivos de saúde, sentindo-se injustamente tratado pelas autoridades.

O ex-ministro desempenhou funções no governo do presidente Nana Akufo-Addo, pelo Novo Partido Patriótico (NPP), entre janeiro de 2017 e fevereiro de 2024. Em outubro de 2022, cerca de 80 parlamentares do próprio partido chegaram a exigir a sua exoneração, acusando-o de má gestão das finanças públicas.