Durante a mais recente edição do programa “Visão Política”, exibido na noite de ontem pela TV Sucesso e conduzido por Romeu Carlos, o analista político moçambicano Edson Massingue comentou, de forma incisiva, a recente nomeação de José Pacheco como novo Director-Geral do Sistema de Informações e Segurança do Estado (SISE). Para Massingue, essa escolha sinaliza o regresso de um dos rostos mais influentes e temidos da segurança nacional.
De acordo com o comentador, o Presidente da República, Daniel Francisco Chapo, ao nomear Pacheco, optou por um perfil rígido, associado à firmeza e ao controlo, numa tentativa clara de restaurar a autoridade perdida nos últimos anos. “José Pacheco não é uma figura estranha ao sistema. Pelo contrário, já demonstrou anteriormente, quando liderava o Ministério do Interior, a sua capacidade de conter críticas e desmantelar movimentos que contrariavam o regime”, afirmou Massingue, classificando-o como “o segundo homem mais poderoso do país”.
A nomeação provocou reações intensas, especialmente nas redes sociais e entre representantes da sociedade civil, o que, segundo Massingue, demonstra o peso político e simbólico de Pacheco. “Estamos diante da nomeação mais debatida do último período. Ainda assim, vejo nesta decisão presidencial uma jogada ousada e estratégica, com o objetivo de recuperar a ordem e a firmeza no setor da segurança nacional”, frisou.
Massingue lembrou ainda os tempos em que Pacheco criou unidades como os “motobikes” e os temidos “góis”, que se tornaram presença constante nas avenidas de Maputo, impondo respeito e, para muitos, temor. Essas forças especiais marcaram uma era de patrulhamento intenso e respostas rápidas a qualquer ameaça percebida.
Finalizando a sua análise, Edson Massingue destacou que, mesmo envolto em polémicas, José Pacheco conserva a autoridade e o respeito que construiu ao longo de sua trajetória política. “Aqueles que no passado desafiaram Pacheco devem começar a fazer as malas. O tempo da impunidade pode ter chegado ao fim”, advertiu o comentador, antecipando uma nova fase na gestão da segurança do Estado moçambicano.
