Um grupo de médicos do Hospital Central de Maputo (HCM), a maior unidade hospitalar do país, anunciou a intenção de suspender todas as atividades extraordinárias a partir de 1 de junho, caso não seja regularizado o pagamento das horas extras em atraso.
Em uma carta enviada ao diretor-geral do HCM, os profissionais informam que irão cessar o trabalho fora do horário regular, incluindo feriados e fins de semana, com início às 15h30 de cada dia, como forma de protesto. A dívida, segundo os médicos, já se acumula há 13 meses, abrangendo períodos de 2024 e os primeiros cinco meses de 2025.
Os clínicos lembram ainda que essa não é a primeira vez que enfrentam tal impasse. Entre maio e julho do ano passado, a classe já havia paralisado os serviços, o que resultou em compromissos firmados com a administração do hospital — promessas essas que, segundo relatam, não foram cumpridas.
O documento afirma que ainda estão pendentes os pagamentos relativos a janeiro a abril e agosto a dezembro de 2024, além dos cinco primeiros meses deste ano. Eles destacam que a situação está a provocar um forte impacto emocional, físico e financeiro, especialmente devido aos custos de deslocação para cumprir com as tarefas extraordinárias.
Os médicos criticam a postura da direção do HCM, considerando-a um retrocesso em relação aos acordos anteriormente alcançados. Segundo eles, a confiança da classe foi minada após múltiplas reuniões infrutíferas.
Por sua vez, o Ministro da Saúde, Armindo Tiago, apelou ao diálogo, sublinhando, em declarações feitas no dia 12 de maio, que o Governo está empenhado em melhorar as condições dos profissionais da saúde. “Estamos cientes dos desafios e a solução passa pelo diálogo. Muitos problemas já foram resolvidos, e estamos a trabalhar para resolver os restantes em conjunto com os profissionais”, afirmou o ministro.
