Muidumbe, Cabo Delgado – Um grupo de indivíduos armados, suspeitos de integrarem movimentos insurgentes, raptou nove camponeses na aldeia de Magaia, localizada na zona baixa do distrito de Muidumbe. O incidente ocorreu durante o dia, enquanto as vítimas trabalhavam nos seus campos, segundo informações de uma fonte das forças locais.
De acordo com o relato, entre os sequestrados estava uma mulher grávida, posteriormente libertada após o pagamento de um resgate no valor de 20.000 meticais (cerca de 275 euros), feito pelo marido.
Apesar de não haver registo de vítimas mortais, o rapto gerou pânico e levou à fuga de vários residentes da aldeia, situada a mais de 250 quilómetros de Pemba, capital provincial.
Este episódio surge dias após o grupo extremista Estado Islâmico reivindicar um ataque contra um acampamento militar em Macomia, que teria resultado na morte de pelo menos 10 soldados moçambicanos — número ainda não confirmado pelas autoridades.
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Nos seus canais de propaganda, o Estado Islâmico alega ter destruído o acampamento, apontando este como o segundo ataque do género em menos de um mês. O primeiro, segundo o grupo, teria ocorrido também em Muidumbe, onde alegadamente 11 militares perderam a vida.
Os ataques na região, ainda que menos frequentes, têm voltado a intensificar-se, coincidindo com os anúncios da petrolífera TotalEnergies sobre a possível retoma do seu projeto de gás natural liquefeito, avaliado em mais de 20 mil milhões de dólares.
Em abril, incursões semelhantes atingiram uma reserva na província de Niassa, com pelo menos dois mortos, e, em maio, um navio oceanográfico russo foi atacado por indivíduos armados em alto-mar, numa área próxima da costa de Cabo Delgado conhecida por ataques a pescadores.