Morrumbala – A reabertura do ano letivo em Sabe, uma localidade no distrito de Morrumbala, província da Zambézia, continua suspensa devido a recentes confrontos armados entre forças da polícia e um grupo local conhecido como “Naparamas”.
Apesar do início oficial do ano escolar em janeiro, a instabilidade naquela região impediu o regresso das aulas. Os combates, que atingiram o auge até abril, provocaram a fuga de vários residentes, com muitos procurando refúgio nas matas da vizinha província de Sofala.
De acordo com as autoridades da Polícia da República de Moçambique (PRM), a situação já se encontra sob controlo. A população tem sido incentivada a regressar às suas comunidades, numa altura em que as forças policiais garantem que a ordem foi restabelecida.
Na escola principal da localidade — que abrange turmas da 1.ª à 9.ª classe —, apenas dois professores permanecem no local, envolvidos na mobilização da comunidade e nas tarefas de limpeza, preparando o terreno para a possível retoma das aulas na próxima segunda-feira, dia 26 de maio.
“Estamos a limpar e a preparar tudo. Estava tudo muito sujo. A expectativa é que as aulas recomeçem na próxima segunda-feira”, revelou um dos docentes que preferiu manter o anonimato.
Ainda assim, o número de alunos é reduzido, já que muitos se deslocaram com os seus encarregados para outras regiões em busca de segurança. Um educador local apelou ao regresso dos estudantes, destacando que a situação já permite a retoma das atividades letivas.
Por sua vez, a diretora dos Serviços Distritais de Educação de Morrumbala, Edma Retrato, não se pronunciou oficialmente sobre o reinício das aulas, afirmando que aguarda por diretrizes superiores.
O comandante provincial da PRM na Zambézia, Paulik Ucacha, informou que os confrontos terminaram após um entendimento com os Naparamas, os quais teriam se rendido voluntariamente e estão agora integrados em projetos agrícolas nas suas zonas de origem.
“A região de Sabe já superou a crise de segurança. Hoje, há livre circulação de pessoas e bens. O ambiente é calmo e controlado,” garantiu Ucacha.
A PRM reforça que, com a estabilização da região, todos os esforços estão centrados na normalização da vida escolar e comunitária.
