Casal Tenta Levantar Dinheiro com Documentos de Morto e Acaba Preso em Nampula

Nampula – Um casal encontra-se detido nas celas da 1ª Esquadra da Polícia da República de Moçambique (PRM), na cidade de Nampula, sob suspeita de falsificar documentos pertencentes a um falecido, antigo combatente e padrasto da mulher, com o objetivo de obter indevidamente valores monetários superiores a 100 mil meticais.

Segundo informações avançadas pela porta-voz da PRM em Nampula, Rosa Nilza Chaúque, o crime remonta a agosto de 2024. Após conseguirem realizar um levantamento de 128 mil meticais numa agência bancária, os suspeitos deslocaram-se à cidade de Nampula, onde planeavam levantar mais 50 mil meticais quando foram interceptados e detidos.

“Os dois indivíduos, sendo um proveniente de Cabo Delgado, falsificaram documentos do falecido, que em vida era antigo combatente, e apresentaram-se como seus legítimos representantes num banco da cidade, com intenção de levantar mais dinheiro. A detenção ocorreu no momento em que tentavam levantar os 50 mil meticais adicionais”, disse a porta-voz.

A captura dos suspeitos foi possível graças a denúncias feitas por pessoas próximas, que notaram movimentações suspeitas e alertaram as autoridades.

Durante a detenção, os dois confessaram o envolvimento no esquema. Um dos detidos, visivelmente emocionado, contou que foi aliciado pelo cunhado a se fazer passar pelo falecido em troca de uma recompensa.

“Estava na minha machamba, em Namaita, quando me chamaram dizendo que eu deveria representar o tio deles falecido, para levantar dinheiro. Disseram que me dariam algum valor. Aceitei, fomos ao banco, levantaram o dinheiro e me deram 6 mil meticais. Na segunda tentativa, fomos apanhados. Fiz isso por necessidade, queria ajudar os meus filhos a estudarem, mas estou muito arrependido”, relatou.

Já a mulher, de 31 anos, também admitiu sua participação no esquema e explicou que foi convidada para atuar como procuradora na operação.

“Fui chamada para acompanhar o cunhado do meu tio até Nampula, com o propósito de levantar dinheiro. No dia 21 fomos ao banco ABSA para levantar 50 mil meticais, mas antes de conseguirmos, fomos detidos. Admito que falsificámos o B.I. do meu padrasto, que morreu em agosto de 2024. Ele era antigo combatente. Eu própria não cheguei a receber nenhum valor”, contou.

O caso está agora sob investigação, e as autoridades continuam à procura de outros envolvidos no esquema, incluindo um cúmplice que permanece foragido.

Fonte: Jornal Ikewli

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