Oslo, Noruega – Durante sua intervenção no Oslo Freedom Forum, evento global dedicado à defesa dos direitos humanos, o político moçambicano Venâncio Mondlane fez duras críticas ao governo de Moçambique, acusando-o de operar sob um sistema autoritário que persegue e elimina opositores políticos.

Em frente a uma audiência internacional composta por ativistas, representantes diplomáticos, políticos e membros da sociedade civil, Mondlane relatou episódios marcantes de repressão no país, incluindo os assassinatos de Elvino Dias e Paulo Guambe, ocorridos poucos dias após as eleições gerais de 2024. Para ele, essas mortes foram execuções planejadas com motivação política.

“Eles foram emboscados dentro do carro e atingidos com 25 tiros. Isso não foi um acidente — foi uma execução política”, declarou.

Mondlane acusou o regime de se manter no poder ao longo das últimas cinco décadas por meio de manipulação eleitoral, falsificação de resultados e violência sistemática.

Além disso, revelou que já sobreviveu a quatro tentativas de assassinato e chegou a buscar exílio por três meses devido ao aumento de ameaças à sua vida.

Durante o seu discurso, lançou um apelo à comunidade internacional para que pressione o governo moçambicano a respeitar os direitos humanos, combater a corrupção e proteger a democracia.

“Moçambique precisa urgentemente de apoio para restaurar os direitos fundamentais, garantir transparência na administração pública e reavivar os valores democráticos”, reforçou.

Mondlane também anunciou a criação de um novo partido político, denominado ANAMALALA, que ainda aguarda reconhecimento oficial. Segundo ele, o novo projeto representa uma alternativa ao modelo político dominante, que considera esgotado e corroído pela corrupção.