O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, está considerando reclassificar a maconha de substância da Tabela I para a Tabela III da lei federal de controle de drogas, uma medida que reduziria restrições, facilitaria pesquisas médicas e permitiria benefícios fiscais ao setor. A mudança não significaria a legalização total, mas representaria um avanço significativo para a indústria da cannabis, que tem intensificado sua atuação política em Washington.
De acordo com reportagens do Wall Street Journal, Reuters e The Guardian, a discussão ganhou força após empresas do setor investirem milhões de dólares em doações a grupos políticos ligados a Trump. Entre elas está a Trulieve, uma das maiores operadoras de cannabis nos EUA, liderada por Kim Rivers, que participou pessoalmente de reuniões com o ex-presidente.
A questão foi abordada em um evento exclusivo no clube de golfe de Trump, em Nova Jersey, onde o bilhete de entrada custava cerca de US$ 1 milhão por pessoa. Presentes confirmaram que o republicano ouviu atentamente as propostas de reclassificação, afirmando que “precisamos olhar para isso”. Assessores próximos indicaram que a equipe jurídica de Trump está analisando os impactos legais e políticos da medida antes de qualquer decisão oficial.
Analistas afirmam que essa possível mudança daria continuidade a esforços iniciados durante o governo Joe Biden, que já havia iniciado o processo para flexibilizar a posição federal sobre a maconha. Mesmo com reservas pessoais em relação ao consumo, Trump vê no tema um potencial de popularidade, classificando-o como um “assunto cultural 80-20”, ou seja, com amplo apoio da população.
Se aprovada, a reclassificação colocaria a maconha na mesma categoria de substâncias como alguns medicamentos controlados, abrindo caminho para mais pesquisas científicas, menos burocracia e novas oportunidades de mercado. O setor, por sua vez, segue investindo pesado em lobby para garantir que a promessa se transforme em realidade.
