No subúrbio de Montreuil, em Paris, um caso assombroso de solidão extrema chamou atenção da mídia internacional.
Autoridades encontraram o corpo de Mireille Dufresne, uma mulher de 76 anos, após moradores reclamarem de um cheiro estranho vindo de um dos apartamentos fechados havia décadas. Ao entrarem no local, a surpresa foi total:
Mireille estava sentada em uma poltrona gasta, com os olhos fechados e uma fita cassete tocando uma gravação antiga. A fita, que reiniciava automaticamente, repetia uma mensagem de aniversário de sua filha desaparecida:
“Joyeux anniversaire, maman… Je t’aime.”
O toca-fitas tocava sem parar há 21 anos. A perícia confirmou que ela faleceu por causas naturais, provavelmente em 2003. Sua filha, que havia fugido de casa após um conflito familiar, nunca mais fez contato.
A casa parecia um museu do abandono. Paredes descascadas, pratos empilhados na pia, e uma pequena mesa com uma vela de aniversário gasta até a base. Nenhum parente, nenhum registro de procura.
Mireille viveu seus últimos dias esperando um gesto.
Mas nenhum chegou.
O caso provocou comoção na França, onde campanhas sociais começaram a alertar para o “silêncio letal” em que vivem muitos idosos. “Ela morreu ouvindo a mesma mensagem por duas décadas. Isso é mais do que tristeza. É a falência das relações humanas”, disse um sociólogo local.
