Um gesto que pretendia ser de solidariedade acabou por ser rejeitado por completo. Na cidade da Beira, província de Sofala, os residentes do bairro Nduda recusaram a instalação de um furo de água doado por Albino Forquilha, presidente do partido Podemos.
A contestação popular está ancorada na alegada falta de legitimidade moral do político, que, segundo os moradores, perdeu a confiança da comunidade após romper politicamente com o antigo líder do partido, Venâncio Mondlane. Para os residentes, o ato foi interpretado como uma manobra de autopromoção com fins políticos, especialmente num contexto pré-eleitoral.
Além disso, vários habitantes asseguram que a região não enfrenta crise de abastecimento de água, pelo que consideram o furo um investimento desnecessário. “Nunca vimos este senhor quando havia necessidades reais. Agora aparece com um furo só para fazer campanha. Rejeitamos”, disse um morador, em anonimato, à imprensa local.
Representantes da comunidade afirmam que não foram previamente consultados sobre a obra, o que gerou maior resistência à iniciativa. Por sua vez, Albino Forquilha ainda não emitiu qualquer declaração oficial em resposta à rejeição da oferta.
O caso levanta um debate mais amplo sobre a utilização de ofertas e obras sociais como instrumentos de marketing político, sobretudo em comunidades que exigem mais do que ações pontuais para reconstruir laços de confiança.
