Nas últimas semanas, o país tem enfrentado uma significativa escassez de combustíveis, uma situação que, segundo as distribuidoras, está relacionada com a falta de divisas no mercado nacional. No entanto, o Governo tem uma visão diferente: responsabiliza bancos e distribuidoras pelas dificuldades e afirma que não irá intervir diretamente na questão.
Segundo o porta-voz do Governo, Inocêncio Impissa, o problema tem origem em entraves logísticos envolvendo os bancos e as distribuidoras, o que tem dificultado a circulação dos combustíveis até aos postos de abastecimento.
Impissa assegura que as reservas nacionais de combustíveis são suficientes para responder às necessidades do mercado. Contudo, a movimentação do produto está a ser travada por obstáculos operacionais que dependem da coordenação entre as instituições financeiras e as empresas distribuidoras.
“A escassez observada nos postos não significa que o país esteja sem combustíveis. O produto está disponível nos armazéns oceânicos, e as descargas continuam a acontecer com regularidade. Um dos principais entraves é a emissão de garantias bancárias necessárias para que as distribuidoras possam aceder aos combustíveis. Sem essas garantias, o processo fica comprometido”, explicou.
Quando questionado sobre uma possível intervenção do Executivo para solucionar a situação, o porta-voz foi direto ao afirmar que se trata de um assunto do setor privado.
“O papel do Estado é garantir que existam reservas suficientes para evitar uma ruptura no fornecimento. As quantidades armazenadas são adequadas para abastecer tanto as áreas urbanas quanto outras regiões do país”, sublinhou.
Sobre a alegada escassez de divisas, que estaria na origem da redução das importações, Impissa disse que essa informação ainda está a ser analisada pelas autoridades competentes.