Pouco antes de ser executado, Urias Simango fez uma declaração firme e corajosa:
“Não vejo motivo algum para pedir perdão. Não cometi nenhum crime. A quem devo pedir perdão, aos senhores?” — respondeu ele, rejeitando com firmeza a exigência de perdão feita pelos seus algozes da FRELIMO.
Na época, muitos presos políticos foram levados a pedir perdão, iludidos com a promessa de que tal gesto poderia reduzir suas penas. No entanto, o perdão nunca esteve realmente nos planos de quem já havia decidido eliminar vidas. Apesar de visivelmente debilitado e constantemente humilhado, Simango recusou-se, até o fim, a ceder.
A FRELIMO, acusada de brutalidade extrema, não apenas eliminou fisicamente vários homens, como também tentou apagar seus legados e contribuições na luta pela libertação nacional. Muitos participaram ativamente da conquista da independência, mas, logo após essa vitória, a FRELIMO teria iniciado uma campanha de exclusão contra todos que ousavam pensar de forma diferente, instaurando uma espécie de “independência solitária”, onde apenas um grupo se permitia sorrir.
Além disso, os excessos cometidos, especialmente com a execução sumária de vários compatriotas, continuam a manchar a história recente do país.(Agnaldo Navalha)
