sistema nacional de saúde, já sob pressão, poderá enfrentar um novo impasse. A Associação dos Profissionais de Saúde Unidos e Solidários de Moçambique (APSUSM) confirmou o início de uma greve nacional a partir do dia 17 de Abril, em protesto contra o que classifica como abandono do Governo no que diz respeito ao cumprimento de direitos laborais fundamentais.
De acordo com a organização, a greve terá uma duração inicial de 30 dias, com possibilidade de extensão, e será executada em fases, dependendo da resposta governamental. As reclamações incluem a ausência de pagamento de horas extraordinárias, a inexistência de subsídios por turnos, a violação dos períodos de descanso semanal e a movimentação de pacientes entre unidades hospitalares sem compensação financeira para os trabalhadores envolvidos.
Como medida inicial, a APSUSM determinou que o horário de trabalho será ajustado para o período legal compreendido entre 07h00 e 15h30, com uma pausa de 30 minutos. Segundo a associação, essa medida visa eliminar a carga horária adicional que vinha sendo exigida sem qualquer remuneração.
“A situação atingiu um ponto crítico. O Governo não pode continuar a exigir esforços sobre-humanos dos profissionais da saúde sem assegurar condições justas de trabalho”, declarou Anselmo Muchave, presidente da APSUSM, após reunião com o Conselho Nacional da entidade.
A paralisação deverá impactar gravemente o funcionamento de hospitais e centros de saúde em todo o território, agravando um cenário já marcado por carência de insumos, lotação excessiva e desgaste físico e emocional dos profissionais. Até o momento, o Ministério da Saúde ainda não se pronunciou sobre as exigências da APSUSM.