Mali: Onze Ex- Ministros Detidos por Desvio de 80 Mil Milhões de Francos CFA

O Presidente de Transição do Mali, Coronel Assimi Goïta, reforçou o combate à corrupção no país com uma medida drástica: 11 ex-ministros do seu governo foram presos sob acusações de envolvimento no desvio de mais de 80 mil milhões de francos CFA (cerca de 130 milhões de dólares americanos).

Segundo o Procurador-Geral do Supremo Tribunal, Mamoudou Timbo, os antigos governantes são suspeitos de participação em esquemas de corrupção, branqueamento de capitais, uso de documentos falsos e gestão danosa de recursos públicos. No total, cerca de 40 indivíduos estão a ser investigados no âmbito desta megaoperação anticorrupção que se intensificou desde 2021.

“Esses recursos eram destinados à população mais vulnerável, para projetos sociais e desenvolvimento do país. Mas foram desviados por pura ganância”, declarou uma fonte próxima ao governo de transição, reforçando que os detidos permanecerão encarcerados enquanto as investigações prosseguem.

Entre os detidos estão nomes de peso da antiga elite política do Mali, incluindo os ex-ministros da Economia, da Defesa, dos Transportes e da Educação. O caso mais emblemático envolve a controversa compra de um avião presidencial e fornecimentos militares, que já havia motivado a prisão do ex-primeiro-ministro Soumeylou Boubèye Maïga e da ex-ministra das Finanças Bouaré Fily Sissoko.

O Ministro da Justiça, Mamadou Kassogué, afirmou que o governo vai manter a linha dura contra o enriquecimento ilícito e recuperar os valores desviados. Ele assegura que “a justiça está determinada a quebrar o ciclo da impunidade que há décadas mina as instituições do país”.

O escândalo surge num contexto em que a corrupção sistémica é apontada como uma das causas do atraso económico do Mali. Setores fundamentais como educação e saúde têm sido particularmente afetados, levando ao agravamento da pobreza e ao descrédito popular no Estado.

O governo de transição tem recebido apoio da população nas suas iniciativas de responsabilização, mas enfrenta desafios internos e pressões externas, sobretudo por parte de parceiros internacionais que pedem uma transição rápida para um regime civil.

A operação atual é vista como um sinal de que o regime militar quer consolidar legitimidade popular antes de qualquer entrega do poder. Para muitos malianos, esta é uma oportunidade histórica de moralizar o aparelho do Estado.

Mais do autor

Homem Engravida Filha de Curandeiro, Foge e Começa a Desenvolver Sinais Gravidez

Navio Russo e Tropas Moçambicanas Atacados em Cabo Delgado

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *