O mercado aéreo moçambicano prepara-se para receber, já no mês de Junho, um novo impulso com o regresso da Solenta Aviation Moçambique, agora em aliança com a Fast Jet, que irá operar voos domésticos regulares com aviões Embraer 145. Esta movimentação representa o fim do domínio exclusivo das Linhas Aéreas de Moçambique (LAM), num contexto em que a companhia estatal enfrenta dificuldades financeiras e críticas generalizadas sobre a qualidade dos seus serviços.
A confirmação foi dada pelo Presidente do Conselho de Administração do Instituto de Aviação Civil de Moçambique (IACM), Comandante João de Abreu, durante uma entrevista à TORRE.News. Segundo ele, a Solenta, que havia suspendido operações em 2021, prepara-se para retomar suas actividades no espaço aéreo nacional. “Concedemos autorização à companhia e, salvo imprevistos, os voos devem iniciar já em Junho”, afirmou.
Para o dirigente, a entrada de um novo concorrente será benéfica para os passageiros, que durante anos dependeram exclusivamente da LAM. Ele destacou que a concorrência é essencial para garantir um serviço eficiente e acessível. “Quando há mais operadores, o consumidor ganha com mais opções, melhores preços e maior qualidade nos serviços”, explicou.

Ainda sem detalhar o número exato de aeronaves que serão disponibilizadas inicialmente, João de Abreu garantiu que o processo de certificação está em fase avançada, e assegurou que as empresas envolvidas possuem estrutura, experiência e segurança para operar com confiança no país. “O fundamental é que tenhamos operadores com capacidade comprovada, para oferecer um serviço digno e seguro aos passageiros”, destacou.
Sobre as tarifas, Abreu lembrou que os preços das passagens aéreas em Moçambique estão liberalizados, mas frisou que foi feita uma análise cuidadosa para assegurar que os custos se mantenham equilibrados e justificados.
Em relação à infraestrutura, o responsável do IACM disse que os aeroportos nacionais têm capacidade suficiente para lidar com o aumento do tráfego aéreo, tanto em termos de passageiros quanto de aeronaves. “Temos uma margem operacional confortável e podemos expandir o serviço aéreo nacional, regional e até internacional”, reforçou.
Adicionalmente, João de Abreu revelou que várias companhias internacionais demonstraram interesse em operar rotas para Moçambique. Entre elas, estão a Air France, Emirates, Air Link (que poderá substituir a South African Airways), além das já operantes TAAG, TAP, Qatar Airways, Turkish Airlines e Kenya Airways, esta última recentemente regressada ao mercado moçambicano. (Torre News)