Reflexões sobre Justiça e Prioridades
Vivemos tempos de contradições. Dizem-nos que não há dinheiro para melhorar os salários dos funcionários públicos. Dizem-nos que não há recursos para garantir que todas as crianças tenham uma sala de aula digna, em vez de aprenderem debaixo de árvores. Mas, de repente, milhões aparecem para certos bolsos, sem que ninguém explique sua origem.
A quem realmente servem os recursos deste país? Há quem se aproveite da ingenuidade coletiva, distribuindo migalhas enquanto desfrutam dos banquetes escondidos nos bastidores do poder. O dinheiro público, que deveria servir ao bem comum, muitas vezes é desviado para interesses privados.
O ciclo da corrupção é como um jogo de sobrevivência cruel, onde os mais fortes esmagam os mais fracos sem remorso. Como um predador que não hesita em devorar sua própria cria para se manter no topo.
Diante disso, precisamos questionar: por que há sempre justificativas para o sofrimento do povo, mas nunca faltam recursos para aqueles que já detêm privilégios? Como podemos aceitar que, enquanto trabalhadores lutam para sobreviver e crianças enfrentam dificuldades para estudar, um único cheque de mais de 25 milhões de meticais seja entregue sem explicações claras?
A manipulação sempre muda de forma, mas o propósito continua o mesmo: manter o poder nas mãos de poucos. Cabe a cada um de nós refletir e agir para que a justiça não seja apenas uma promessa distante, mas uma realidade possível.