Pelo menos 17 estudantes do ensino médio de um colégio particular em Belo Horizonte denunciaram terem sido vítimas de um crime digital envolvendo o uso de inteligência artificial (IA). De acordo com as queixas, fotos originalmente publicadas por elas nas redes sociais foram manipuladas por IA para gerar imagens de teor pornográfico, sem qualquer tipo de consentimento.
Segundo as informações obtidas, o material foi compartilhado — e em alguns casos até vendido — em um grupo no aplicativo Telegram, supostamente por um aluno da mesma escola.
As vítimas e suas famílias formalizaram a denúncia na última quarta-feira (4) junto à Polícia Civil, que já abriu investigação. Por se tratar de menores de idade, o caso corre sob sigilo.
O episódio está sendo acompanhado pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), que iniciou uma apuração após ser acionado pela Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).
A direção do colégio afirmou, por meio de nota oficial, que já iniciou uma série de ações para lidar com a situação, incluindo o acolhimento das alunas afetadas, a escuta do suposto responsável, bem como o acionamento do Conselho Tutelar, da Delegacia de Crimes Cibernéticos e do próprio MPMG.
Além disso, alunos do 3º ano do ensino médio divulgaram uma nota de repúdio nas redes sociais. O comunicado classifica o caso como violência digital, importunação sexual e exposição indevida, exigindo punições exemplares para o autor e medidas de proteção eficazes para as estudantes.
📢 Nota do Colégio Santa Maria Minas:
“O Colégio Santa Maria Minas desenvolve sistematicamente atividades educativas voltadas ao uso ético e responsável da tecnologia […]. Diante das denúncias, a instituição já adota medidas pedagógicas e jurídicas, como:
1. Acolhimento das vítimas e de seus familiares;
2. Convocação do suposto autor e familiares;
3. Aplicação de medidas disciplinares previstas no regimento;
4. Fortalecimento das ações educativas sobre bullying e implicações legais;
5. Comunicação do caso aos órgãos competentes.”