Três dias após a Polícia da República de Moçambique (PRM) ter impedido a realização de uma manifestação em Nampula contra a escassez de combustíveis, a corporação convocou a imprensa nesta segunda-feira (12) para prestar esclarecimentos.
Segundo Rosa Chauque, porta-voz da PRM em Nampula, a polícia recebeu informações indicando que o ativista Gamito dos Santos estava a organizar uma manifestação com intenções violentas, o que levou à intervenção preventiva da corporação. “Mobilizámos o efetivo com o objetivo de garantir a ordem e segurança públicas, tendo em conta que havia indicações de que os manifestantes poderiam recorrer à violência, cujos impactos poderiam ser graves”, declarou.
Sobre a detenção do ativista, a representante da polícia explicou que Gamito dos Santos teria tentado agredir o comandante distrital da PRM, que procurava convencê-lo a não avançar com o protesto.
Recorde-se que o ativista foi detido no sábado passado, após regressar do local onde a manifestação estava prevista, e foi posteriormente libertado no mesmo dia. O protesto tinha como objetivo pressionar as autoridades face ao silêncio em relação à subida dos preços dos combustíveis na província.
Gamito dos Santos afirma que foi alvo de agressões físicas durante a sua detenção, tendo sofrido ferimentos ligeiros e encontra-se, neste momento, a receber cuidados médicos.
