O presidente do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), Lutero Simango, manifestou profunda inquietação face ao ataque recente contra viaturas na província de Sofala, classificando o incidente como uma ameaça à coesão do país.
“Aquilo que aconteceu em Sofala não deve ser ignorado. É fundamental analisarmos com seriedade os sinais que o país está a emitir. Caso contrário, corremos o risco de ver o nosso território fragmentado. E nós defendemos a unidade nacional”, declarou o político à imprensa.
O atentado, que não causou vítimas mortais, ocorreu no distrito de Marínguè, uma região com histórico de conflitos envolvendo a RENAMO. De acordo com informações, seis indivíduos armados interceptaram dois camiões, ateando fogo a esses e a outras viaturas próximas, resultando num total de sete veículos destruídos.
Clima de tensão social preocupa
Simango associou o ataque ao crescente clima de tensão social que se tem intensificado no país desde outubro do ano passado. Segundo ele, a chave para resolver situações como esta passa por um diálogo político sério e inclusivo.
“É urgente que o diálogo político seja levado a sério, com foco na resolução efetiva dos problemas que afetam Moçambique”, enfatizou.
Lei de pacificação aprovada pelo parlamento
No início deste mês, em 2 de abril, a Assembleia da República aprovou, por unanimidade, a lei resultante de um acordo político voltado para a pacificação nacional. O documento prevê a revisão da Constituição e uma nova abordagem em relação aos poderes do Presidente da República.
FRELIMO deve agir com responsabilidade
O líder do MDM reafirmou a disposição do seu partido em participar ativamente do processo de pacificação e pediu à FRELIMO, partido no poder, maior compromisso com esse processo.
“A FRELIMO deve assumir plenamente as suas responsabilidades e conduzir este processo com a seriedade que ele exige”, acrescentou Simango.
Investigações em curso
A Polícia da República de Moçambique (PRM) revelou que os atacantes utilizaram catanas e uma metralhadora na ação em Marínguè. Ainda não foram identificados os responsáveis, mas as autoridades garantem que as diligências estão em andamento.
“O trabalho de investigação decorre com intensidade, e estamos a seguir todas as pistas para responsabilizar os autores deste crime”, afirmou Leonel Muchina, porta-voz do comando-geral da PRM, numa conferência de imprensa em Maputo.
Já na terça-feira, o comandante provincial da PRM em Sofala havia fornecido os primeiros detalhes do ataque, mas afirmou ser prematuro atribuí-lo a elementos armados da RENAMO, prometendo novos esclarecimentos à medida que a investigação avançasse.