Dois cidadãos foram detidos pelo Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC) na cidade de Nacala-Porto, província de Nampula, por envolvimento na posse e tentativa de comercialização ilegal de um pangolim — espécie protegida e em risco de extinção.
Segundo revelou Enina Tsinine, porta-voz do SERNIC em Nampula, a detenção ocorreu após um trabalho investigativo iniciado na sequência de uma denúncia relacionada ao possível tráfico de fauna proveniente da Reserva Especial do Niassa.
“Através de informações recebidas, conseguimos localizar o veículo em que os suspeitos se faziam transportar e, no momento da abordagem, constatou-se que tinham em sua posse um pangolim que pretendiam vender no mercado paralelo em Nacala-Porto”, esclareceu Tsinine.
As autoridades indicam que os detidos estavam a negociar o animal por um valor estimado em 250 mil meticais, dado o seu alto valor no mercado negro, especialmente entre compradores de origem asiática. O pangolim é frequentemente procurado para usos na medicina tradicional e acredita-se, em algumas regiões, que possui propriedades místicas.
“Só as escamas do pangolim podem atingir preços de até 500 dólares, enquanto o animal inteiro pode ser vendido por cerca de 200 mil meticais”, destacou a fonte.
Além dos dois suspeitos, o motorista do carro utilizado no transporte do animal também foi detido. As autoridades continuam as diligências para localizar um terceiro indivíduo, apontado como o principal responsável pelo tráfico, que se encontra foragido.
Apesar das evidências, os detidos alegam desconhecimento da ilegalidade, afirmando que apenas foram instruídos a levar o animal até à cidade portuária de Nacala.
