CDD Leva Antigos Gestores da LAM à PGR por Má Gestão e Suspeitas Criminais

Maputo, 18 de Junho de 2025 — O Centro para Democracia e Desenvolvimento (CDD) formalizou uma denúncia junto à Procuradoria-Geral da República (PGR) contra ex-dirigentes das Linhas Aéreas de Moçambique (LAM), acusando-os de má gestão deliberada e atos de natureza criminal que terão levado a companhia aérea nacional à sua atual situação de colapso técnico e operacional.

De acordo com o CDD, a LAM atravessa uma crise sem precedentes. A empresa estatal, que já foi referência no setor da aviação na região austral, atualmente não possui nenhuma aeronave em operação, embora conte com cerca de 800 trabalhadores ainda vinculados à folha de pagamentos. A denúncia apresentada nesta quarta-feira, segundo a organização, surge na sequência de fortes indícios de má conduta administrativa e financeira, acumulados ao longo dos últimos anos.

“Entregámos hoje esta denúncia formal à Procuradoria-Geral da República por entendermos que os antigos gestores da LAM devem ser responsabilizados pela gestão ruinosa que mergulhou a empresa no caos”, afirmou André Mulungo, representante do CDD, em conferência de imprensa. Ele destacou ainda que a ação do CDD é reforçada pelas recentes declarações do Presidente da República, Daniel Chapo, que, durante os seus primeiros 100 dias no cargo, criticou abertamente a situação crítica das empresas públicas e prometeu responsabilização.

Segundo dados públicos e investigações anteriores, a LAM acumulou dívidas avultadas ao longo da última década, operando com prejuízos recorrentes e sob sucessivas denúncias de contratos suspeitos, má gestão de frota, gastos inflacionados e decisões administrativas sem transparência. Em 2023, o Governo chegou a recorrer à gestão privada temporária da companhia, através da sul-africana Fly Modern Ark, numa tentativa de reverter a crise, mas os resultados foram limitados.

A denúncia do CDD exige da PGR a abertura de processos criminais e a investigação rigorosa das gestões anteriores, com o objetivo de apurar responsabilidades e evitar que casos semelhantes se repitam noutras empresas públicas.

Mais do autor

Caso dos 7 mil eleitores fantasmas: Tribunal lê hoje a sentença do ex-diretor do STAE em Quelimane

Funcionário Detido no Niassa por Envolvimento em Tentativa de Burla com Promessa de Emprego

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *