Silva Fernando Livone, Secretário de Estado da Província do Niassa e Secretário-Geral da Organização da Juventude Moçambicana (OJM), protagonizou um momento de destaque durante a IV Sessão Ordinária do Conselho Nacional da OJM, ao dirigir-se diretamente ao Presidente da República, Daniel Chapo, com um apelo firme pela diminuição das taxas aplicadas na importação de viaturas para o país.

A sua intervenção gerou uma onda de aplausos não só entre os seus colegas de partido, como também por parte de representantes da oposição – algo incomum no cenário político moçambicano.

Na sua declaração, Livone criticou abertamente o actual modelo fiscal, que considera ser altamente penalizador para os jovens que buscam adquirir veículos em boas condições e desenvolver pequenos negócios.

“Não é razoável que um carro que custa 700 mil meticais na África do Sul, em Moçambique passe a custar 2,5 milhões apenas por causa da matrícula”, apontou, apelando ao Presidente Chapo para que as reformas em curso contemplem a criação de uma taxa mais simbólica e acessível para o processo de importação de viaturas.

A proposta do dirigente foi bem acolhida tanto pela juventude da OJM como por representantes da sociedade civil e membros da oposição, que viram nas palavras de Livone um raro sinal de sensibilidade política perante os desafios reais enfrentados pelos jovens.

“Temos jovens com ideias de negócio, como serviços de rent-a-car, mas enfrentam barreiras fiscais que tornam esses sonhos praticamente inviáveis. É urgente rever estas práticas”, reforçou Livone.

A intervenção ousada do Secretário de Estado poderá dar início a um debate mais abrangente sobre justiça fiscal e inclusão económica no país. Sua postura, marcada por coragem e realismo, pode vir a influenciar positivamente futuras decisões do governo, caso encontre eco nos espaços apropriados de deliberação.