As atividades de extração de grafite na mina de Balama, localizada na província de Cabo Delgado e operada pela empresa australiana Syrah Resources, foram reiniciadas após a intervenção das Forças de Defesa e Segurança (FDS). Essa ação resultou na retirada das comunidades de oito aldeias que protestavam pela justa compensação pela posse das suas terras.
Uma fonte ligada à empresa confirmou ao jornal “Carta” que as operações foram retomadas há mais de duas semanas, porém de forma limitada, devido à necessidade de limpeza, reparos e manutenção dos equipamentos que estavam paralisados desde outubro do ano passado.
Segundo essa mesma fonte, embora os manifestantes já não estejam mais presentes, a área da mina permanece sob rígidas medidas de segurança. “As atividades já começaram, mas para isso foi imprescindível a expulsão dos protestantes. A polícia de intervenção rápida (UIR) utilizou veículos blindados, gás lacrimogéneo e perseguiu os manifestantes”, relatou a fonte, que pediu para não ser identificada.
Ainda conforme o interlocutor, os 12 membros das comunidades detidos durante os confrontos foram liberados, mas continuam sob monitoramento das autoridades locais. “Essas pessoas estão em liberdade, porém até o momento não houve qualquer avanço quanto ao pagamento das compensações”, acrescentou.
A fonte também explicou que, devido à segurança reforçada nos arredores da mina, o livre trânsito das famílias é considerado arriscado, mesmo para atividades simples como buscar materiais para construção ou lenha.
As comunidades que reivindicam uma indenização justa são as de Balama-sede, Pirira, Mualia, Ntete, Ncuite, Marica, 7 de Setembro e Nacole.
