Maputo, 17 de Junho de 2025 — Nenhuma instituição moçambicana de ensino superior conseguiu alcançar o Top 100 africano no que diz respeito à produção científica, segundo o Ranking 2025 das Universidades Africanas Baseado em Pesquisa, publicado este mês pela organização AFJUR (African Journals, Universities and Research).
O levantamento avaliou 1.474 universidades em todo o continente, das quais 1.461 foram incluídas na classificação final, tendo como base o número de publicações e citações registadas no Google Scholar entre os anos de 2020 e 2024.
A liderança da tabela pertence à Universidade do Cairo, no Egipto, seguida pela Universidade da Cidade do Cabo e pela Universidade de Pretória, ambas da África do Sul. O Top 5 é completado pela Universidade de Nairobi (Quénia) e pela Universidade da Nigéria. No total, seis instituições sul-africanas figuram entre as dez primeiras colocadas, ao lado de duas egípcias, uma queniana e uma nigeriana.
A Nigéria destaca-se ainda por ser o país com o maior número de universidades no Top 100, contabilizando 30 instituições — um indicador claro da sua crescente relevância na ciência no contexto africano. Apenas 20 dos 54 países do continente tiveram universidades incluídas na lista.
No caso de Moçambique, a melhor colocada foi a Universidade Eduardo Mondlane (UEM), que aparece apenas na 114.ª posição. Em seguida vêm a Universidade Pedagógica de Maputo (266.º lugar), a Universidade Católica de Moçambique (366.º), a Universidade Lúrio (522.º) e o extinto ISRI – Instituto Superior de Relações Internacionais (775.º).
A classificação foi feita com base na presença digital das universidades no Google Scholar, utilizando o nome da instituição, o país e, quando necessário, a cidade como critérios de pesquisa. Embora a metodologia tenha limitações, os autores do estudo argumentam que ela oferece uma métrica objetiva da visibilidade científica no espaço digital.
Os resultados refletem desafios profundos enfrentados pelas universidades moçambicanas, como o fraco investimento na investigação, a falta de políticas para promoção da produção científica, a escassa internacionalização e a presença digital quase inexistente de muitas instituições do país.
