O antigo Presidente do Conselho de Administração das Linhas Aéreas de Moçambique (LAM), José Viegas, lançou duras críticas à atual estrutura de gestão da companhia, alertando que a empresa jamais alcançará rentabilidade enquanto estiver sujeita à constante interferência do Governo e do Instituto de Gestão das Participações do Estado (IGEPE).
Viegas, que liderou a LAM por cerca de 24 anos, entre funções de Director-Geral e PCA, acusa os órgãos estatais de condicionarem negativamente a autonomia da empresa e de imporem gestores sem qualificação adequada para o setor da aviação comercial.
“Enquanto continuarmos a ter decisões técnicas dependentes de vontades políticas e interferência constante do IGEPE, a LAM continuará a acumular prejuízos e a perder competitividade. Muitos dos que lá estão hoje não têm preparação nem experiência para os cargos que ocupam”, afirmou o ex-dirigente em declarações à imprensa.
A companhia aérea nacional tem enfrentado crises financeiras há anos, com sucessivos planos de reestruturação falhados, frotas reduzidas e uma imagem cada vez mais fragilizada entre os passageiros. Viegas sublinha que a falta de uma gestão profissional e independente é o principal obstáculo à recuperação da empresa.
A intervenção do ex-PCA reacende o debate sobre a necessidade de reformas estruturais nas empresas públicas em Moçambique e levanta questões sobre o papel do Estado na administração de negócios que exigem elevada especialização técnica e gestão de alto desempenho.
