Alberto Ferreira, candidato a Secretário-Geral do partido PODEMOS, demonstrou surpresa diante das declarações do seu líder, Albino Forquilha, referentes ao recurso que Ferreira apresentou ao tribunal solicitando a realização de uma nova eleição para o mesmo cargo.

“Forquilha afirmou que, ao longo dos últimos anos, procurou apoio, mas encontrou desinteresse. Segundo ele, algumas pessoas que antes faziam parte do grupo se afastaram, e agora retornam apenas por interesse”, declarou Forquilha.

Questionado pela imprensa em Nampula, na terça-feira (3), sobre as palavras de Forquilha, Alberto Ferreira admitiu não ter acompanhado a entrevista, mostrando-se cético quanto à reação do seu presidente.

“Não tenho conhecimento da entrevista dele, e também não sei em que contexto foram feitas essas declarações. Porém, acredito que ele poderia expressar isso”, afirmou.

Apesar disso, Ferreira concordou que os problemas internos deveriam ser resolvidos dentro do partido.

“Creio que a resposta dele foi adequada no sentido de que as divergências devem ser solucionadas internamente”, acrescentou.

Ferreira explicou que o recurso judicial apresentado tinha como objetivo buscar uma decisão imparcial que esclarecesse as dúvidas sobre os resultados da eleição para Secretário-Geral.

“Com a providência cautelar, buscamos uma entidade neutra e independente que, dentro do quadro jurídico moçambicano, possa resolver a controvérsia e garantir transparência”, disse.

Ele revelou ainda que o pedido foi submetido em sigilo, sem a intenção de torná-lo público.

“Fizemos isso para que a imprensa não tivesse conhecimento, não sei como a informação vazou do tribunal”, lamentou.

Por sua vez, o partido PODEMOS planeja realizar a segunda volta da eleição para Secretário-Geral, porém isso dependerá da decisão judicial. Ferreira afirmou que, caso o partido decida, poderá ser anulada a providência cautelar conforme a vontade do presidente.

Vale lembrar que Ferreira obteve 37% dos votos, a maior porcentagem, mas sua vitória foi contestada por não alcançar a maioria absoluta exigida para confirmação oficial.