O Presidente da República, Daniel Francisco Chapo, empossou nesta terça-feira, 18 de junho, José Condugua António Pacheco como novo Diretor-Geral do Serviço de Informações e Segurança do Estado (SISE). Durante a cerimônia, Chapo adotou um tom firme e nacionalista, deixando claro que espera um serviço de inteligência mais robusto, temido e eficaz na proteção da soberania moçambicana.

“Queremos devolver ao SISE o prestígio de outrora. Que seja uma instituição respeitada e temida por todos”, declarou o Presidente, dirigindo-se diretamente ao novo responsável pela segurança do Estado.

Na sua intervenção, Chapo destacou os diversos desafios que o país enfrenta, como o terrorismo em Cabo Delgado, o crime organizado, o tráfico de seres humanos e as ameaças cibernéticas. Reforçou a necessidade de uma atuação proativa e sigilosa por parte do SISE, capaz de obter informações estratégicas nos ambientes mais complexos e sensíveis.

“A nossa independência não tem preço e não está sujeita a negociação”, enfatizou, ao falar da importância de defender a integridade nacional.

Chapo também criticou comportamentos internos que, segundo ele, comprometem a credibilidade e o desempenho do órgão. Reprovou veementemente a cultura de fofocas, invejas internas e campanhas de difamação, exigindo uma mudança de postura imediata.

“O trabalho da inteligência deve ser regido por ética, disciplina e profissionalismo. Não pode ser confundido com intrigas ou perseguições pessoais”, alertou, perante membros do governo, das forças de defesa e representantes da sociedade civil.

Ainda no seu discurso, o Chefe de Estado apontou a infiltração de redes criminosas em setores-chave, como o de identificação civil, onde criminosos estariam a falsificar documentos como bilhetes de identidade e passaportes, facilitando a movimentação de grupos perigosos dentro e fora do país.

“O SISE precisa assumir a dianteira no combate a esses males que alimentam o caos e comprometem a estabilidade social”, concluiu Chapo, demonstrando clara determinação em reforçar o papel estratégico da inteligência no combate ao crime.