O município de Nampula anunciou a introdução de medidas mais rigorosas para combater a prática recorrente de encurtamento de rotas por parte dos motoristas de transporte semi-coletivo urbano. As autoridades consideram que essa conduta penaliza os cidadãos e agrava o custo de vida na cidade.
Segundo Samuel dos Santos, chefe do Departamento de Transportes do município, essa atitude representa uma falta de consideração para com os munícipes e não pode mais ser tolerada. Ele explicou que muitos condutores agem por iniciativa própria, sem autorização dos proprietários das viaturas, o que tem causado transtornos e conflitos, inclusive com os próprios donos dos veículos.
“Estamos a trabalhar no sentido de responsabilizar não só os proprietários, mas também os motoristas individualmente. Pretendemos aplicar sanções mais pesadas, incluindo a possibilidade de implicações criminais para casos reincidentes”, explicou o dirigente.
Atualmente, as multas aplicadas variam entre 11.000 e 16.000 meticais, mas muitas vezes o ônus recai unicamente sobre o dono da viatura, deixando os motoristas impunes. Para reverter esse cenário, o município está a estudar mecanismos que responsabilizem diretamente os condutores, inclusive com a possibilidade de retenção de carta de condução e processos legais.
A edilidade também está preocupada com a cobrança indevida de tarifas acima dos 10 meticais estabelecidos para o transporte urbano, mesmo em rotas previamente definidas com os transportadores. Para enfrentar esse desafio, estão a ser criadas plataformas de denúncia que permitirão aos munícipes reportar abusos em tempo real.
Entre os trajetos mais visados por esta prática irregular estão as rotas que ligam INIA a Muahivire, o mercado grossista do Waresta, a subestação e zonas como Rex e Muhala Expansão. O município já começou a estruturar grupos de vigilância e promete reforçar linhas de contacto com a polícia municipal e criar uma linha verde própria para denúncias.
Com estas medidas, a autarquia espera não apenas reduzir os abusos, mas também envolver a comunidade na fiscalização dos serviços públicos.
