Uma fonte próxima aos acionistas da Tazetta Resources revelou que o ex-diretor-geral da empresa, Evgeny Volosov, afastado recentemente por decisão do Tribunal Superior de Recurso (TSR) de Maputo, teria se envolvido em atos fraudulentos que causaram prejuízos ao Estado moçambicano e aos acionistas. Segundo a fonte, que preferiu manter o anonimato, a nomeação de Vasily Trubnikov como novo diretor tem como objetivo recuperar a credibilidade da mineradora.
De acordo com essa fonte, a disputa judicial que levou à mudança de liderança na empresa é consequência de irregularidades atribuídas à gestão de Volosov, ao longo dos últimos cinco anos. As práticas mencionadas incluem subfaturação, manipulação da qualidade e dos preços dos produtos exportados, o que teria resultado na evasão fiscal e na perda de dividendos para os investidores.
Além disso, os compromissos da Tazetta com a responsabilidade social em Pebane, província da Zambézia, teriam sido negligenciados. Recursos que deveriam ser direcionados a projetos comunitários foram alegadamente desviados, comprometendo os objetivos traçados pela empresa para beneficiar a população local.
A fonte salientou que Volosov acumulava funções operacionais e de processamento, o que, segundo ela, lhe dava ampla margem para conduzir uma gestão orientada por interesses pessoais. Um exemplo citado foi o arresto de um navio com produtos extraídos da mina, que indicaria possíveis falsificações nos materiais exportados.
Entretanto, em comunicado assinado pelo presidente do conselho de administração, Alexander Gorlov, a empresa criticou a decisão do TSR de Maputo, que reconheceu a legitimidade da nomeação de Trubnikov com base numa providência cautelar que, segundo a mineradora, já havia sido dada como caduca pelo Tribunal Judicial da Cidade de Maputo em maio de 2024.
A Tazetta considera que o Tribunal Superior de Recurso contrariou essa decisão ao reconhecer, em março de 2025, a validade da medida cautelar. No dia 6 de maio, Trubnikov, acompanhado de representantes legais e um oficial de justiça da Zambézia, dirigiu-se à sede da empresa em Quelimane para assumir a função com base numa “carta precatória” oriunda de Maputo — ação essa que, para a empresa, ainda carece de respaldo definitivo.
