Notícias de Todos|Abril 21, 2025 – No dia 20 de outubro de 2011, a Líbia testemunhou um dos capítulos mais sombrios de sua história recente: o assassinato brutal de Muammar Gaddafi, líder que governou o país por mais de 40 anos. A operação que culminou na sua morte envolveu diretamente a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) e forças rebeldes líbias apoiadas pelo Ocidente.
Gaddafi foi capturado enquanto tentava fugir da cidade de Sirte, sua terra natal, em um comboio de veículos ao lado de seu filho Mutassim e membros do seu círculo próximo. O comboio foi detectado por drones dos EUA, que rapidamente acionaram caças franceses da OTAN. Após o bombardeio, os sobreviventes abandonaram os veículos e buscaram refúgio em uma tubulação de esgoto de concreto, onde foram localizados por combatentes do Conselho Nacional de Transição (CNT).
Ali, Gaddafi foi arrastado para fora, agredido, humilhado e executado de forma brutal. O momento foi gravado por celulares e as imagens se espalharam rapidamente pelo mundo, mostrando os últimos minutos de vida do líder líbio, ensanguentado e cercado por homens armados.
A intervenção na Líbia foi autorizada pela Resolução 1973 do Conselho de Segurança da ONU sob o pretexto de proteger civis durante a revolta popular de fevereiro de 2011. No entanto, na prática, resultou em intensos bombardeios a posições militares do regime, infraestrutura civil e apoio direto aos rebeldes. Os países mais ativos na campanha foram França, Reino Unido, Estados Unidos, Itália e Catar.
Com a queda de Gaddafi, a Líbia mergulhou no caos. A ausência de uma liderança estável permitiu o surgimento de milícias armadas e grupos extremistas, incluindo o Estado Islâmico (EI), que estabeleceu bases em diversas regiões do país. Desde então, o território líbio tem sido palco de disputas territoriais, tráfico de armas e crise humanitária, impactando diretamente a população civil.
Antes de sua morte, Gaddafi era retratado pela mídia ocidental como um ditador sanguinário. Entretanto, muitos especialistas apontam que a narrativa foi simplificada para justificar a intervenção. Sob seu governo, a Líbia possuía o maior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da África, oferecia educação e saúde gratuitas, e implementava políticas sociais de grande alcance.
A história do fim de Gaddafi é, para muitos analistas e historiadores, um exemplo claro de como interesses geopolíticos internacionais podem destruir a soberania de nações em nome da “democracia” e “direitos humanos”. Sua morte não representou uma libertação para os líbios, mas o início de uma era de instabilidade e sofrimento que persiste até hoje.
Fontes Confiáveis:
BBC News – A morte de Gaddafi e os últimos momentos
https://www.bbc.com/portuguese/noticias/2011/10/111020_gaddafi_morte_dg
Al Jazeera – Relato detalhado da morte de Gaddafi e a queda de Sirte
https://www.aljazeera.com/news/2011/10/20/gaddafi-killed-in-crossfire
The Guardian – Análise da intervenção da OTAN e as consequências para a Líbia
https://www.theguardian.com/world/2011/oct/20/muammar-gaddafi-dead-libya
CNN – Cobertura completa da morte de Gaddafi e sua fuga
https://edition.cnn.com/2011/10/20/world/africa/libya-gadhafi-graphic-account
Human Rights Watch – Relatório sobre a execução de Gaddafi e crimes de guerra
https://www.hrw.org/news/2012/10/17/libya-new-evidence-mass-execution-gaddafi
UN News – Intervenção da OTAN na Líbia e a Resolução 1973
https://news.un.org/en/story/2011/03/369672-libya-security-council-authorizes-no-fly-zone-calls-end-attacks-against-civilians
Deutsche Welle (DW) – Líbia antes e depois de Gaddafi
https://www.dw.com/pt-002/10-anos-sem-gaddafi-o-que-mudou-na-l%C3%ADbia/a-59544453