Um jovem de 19 anos, natural de Mueda, Cabo Delgado, é acusado de tentar assassinar a avó, a mãe e o irmão mais novo utilizando blocos de cimento e uma arma branca. O ataque teria sido motivado pela recusa em lhe fornecer pão no café da manhã.
O incidente ocorreu na última terça-feira (1) e foi denunciado pela avó do suspeito e pelo secretário do bairro. Segundo relatos, o jovem está envolvido com drogas desde os 10 anos e tem histórico de agressividade contra a própria família.
Josefina Augusto, avó do acusado, afirmou que vive sob constantes ameaças. “Estou doente com malária. Na segunda-feira (31), por volta das 10h, meu neto pegou o pão dos outros e comeu. Como não bastasse, dei dinheiro para os que ficaram sem, e quando ele voltou e os viu comendo, começou a criar confusão. Ele disse que nos arrependeríamos, quebrou janelas, subiu no telhado e lançou blocos de cimento contra mim, sua mãe e o irmão. Ele também portava uma faca e ameaçou nos matar. Não é a primeira vez que bate na mãe e no irmão”, contou Josefina.
A idosa revelou que o envolvimento do neto com drogas o levou a abandonar os estudos. “Estou cansada das atitudes dele. Tenho medo que faça algo pior durante a noite. Desde que meu marido morreu, não tenho paz. Ele começou a fumar e beber com 10 anos e deixou a escola.”
Josefina também relatou que o neto já passou por várias prisões na província. “Ele esteve preso em Muecate por oito meses aos 15 anos, depois arrombou uma barraca e roubou 80 mil meticais. Foi detido em Larde por mais oito meses e, na terceira vez, ficou na cadeia civil pelo mesmo período. Ano passado, ele me agrediu e roubou 15 mil meticais do meu quarto. Foi levado à primeira esquadra e ficou apenas cinco dias. Depois, disse que não poderiam prendê-lo de novo porque a delegacia do Matadouro foi incendiada durante manifestações.”
Graças à intervenção dos vizinhos, dos filhos de Josefina e do secretário do bairro, a polícia comunitária de Puitiputi conseguiu deter o jovem, que foi encaminhado à primeira esquadra para prestar contas à justiça.
O secretário do quarterão-14, Ribeiro Mutaliano, confirmou que acionou as autoridades assim que tomou conhecimento do caso, visando garantir a segurança da família e a responsabilização do agressor.