O estado precário das estradas na vila de Homoíne, situada na província de Inhambane, continua a dificultar a circulação de pessoas e mercadorias, além de desencorajar o investimento na região. Um exemplo claro dessa situação é a estrada que liga o edifício do governo distrital à empresa Handling, com cerca de um quilômetro de extensão. As obras de pavimentação desta via, que começaram em outubro de 2024, estão paralisadas há mais de cinco meses, gerando frustração entre os habitantes locais.
A cerimônia de lançamento da pavimentação, realizada em outubro de 2024, trouxe expectativas para a comunidade, que aguardava há anos melhorias nas infraestruturas rodoviárias. Embora o projeto tenha começado com a mobilização de máquinas e materiais, o empreiteiro abandonou as obras sem explicações, deixando a estrada inacabada e apenas parcialmente transitável. O mal estado da via, aliada à ausência de sinalização, torna a estrada ainda mais perigosa, forçando os motoristas a memorizar os buracos para evitar danos nos veículos.
António Matsinhe, morador da vila, expressou sua insatisfação com a morosidade da administração municipal: “Não faz sentido que, após um ano de governação, apenas seis milhões de meticais tenham sido alocados para pavimentar um quilômetro de estrada. Essas obras deveriam ter sido prioridade desde os primeiros cem dias de mandato”, destacou.
Prejuízos Econômicos e Sociais
As condições precárias das estradas têm gerado custos significativos tanto para os motoristas quanto para os empresários. Gildo Nhamussue, que realiza o trajeto entre Homoíne e Machavela regularmente, relatou que os buracos constantes causam prejuízos com as reparações dos veículos, situação que se agrava durante a época chuvosa, quando as crateras se transformam em poças de água e lama. “Alguns buracos são perigosos e podem causar acidentes graves. Esta vila tem um grande potencial, mas falta vontade política”, afirmou Nhamussue.
Além da estrada principal em frente ao governo distrital, outras vias na região também necessitam de reparos urgentes, como as que ligam o hospital de Homoíne a Bojuene, e a estrada que liga o Conselho Municipal à estrada de Maxixe. A falta de manutenção dessas vias afasta investidores, tanto nacionais quanto internacionais, que enfrentam altos custos com transporte e manutenção de veículos.
Investimentos Estagnados e Incerteza Econômica
O projeto de pavimentação, no valor de 6.613.362,22 meticais e com duração prevista de um ano, é financiado pelo Conselho Municipal de Homoíne. Contudo, a paralisação das obras está gerando incertezas, enquanto a economia local perde oportunidades de crescimento devido às condições de acessibilidade ruins.
Enquanto as autoridades não retomarem os trabalhos, Homoíne continuará a enfrentar os mesmos problemas: estradas em condições intransitáveis, custos elevados para motoristas e um ambiente pouco atrativo para novos investimentos.
