Crise em Cabo Delgado afasta investidores e mergulha país na incerteza

Insegurança em Cabo Delgado adia investimentos no gás e agrava crise económica

A persistente instabilidade na província de Cabo Delgado continua a comprometer a retoma dos megaprojectos de gás natural, atrasando a entrada de receitas vitais para a economia nacional. De acordo com uma análise do Centro para Democracia e Direitos Humanos (CDD), o adiamento destes projectos estratégicos impede que o Estado moçambicano arrecade fundos cruciais para o financiamento de sectores como infra-estruturas, saúde e educação.

Por: Amad Canda

As iniciativas ligadas à exploração de gás natural liquefeito (GNL), encabeçadas por grandes corporações internacionais, representam uma esperança para o crescimento económico do país, com previsões de receitas anuais de milhares de milhões de dólares. Contudo, a ameaça contínua da insurgência armada no norte tem levado empresas como a TotalEnergies a suspender suas actividades, congelando não só os investimentos diretos, mas também os ganhos fiscais e cambiais esperados.

O CDD destaca que o prolongamento deste impasse contribui para o agravamento do défice orçamental, pressiona negativamente o metical e limita as margens do Governo para executar políticas públicas estruturantes. Sem essas receitas, o Estado vê-se obrigado a recorrer a empréstimos externos e a aplicar medidas de contenção que têm impacto direto sobre os cidadãos.

Além das perdas económicas, o adiamento dos projectos afecta profundamente as comunidades locais, que viam nos investimentos do sector energético uma oportunidade para melhorar as condições de vida, através de emprego e infra-estruturas sociais. A falta de segurança continua a afastar potenciais investidores e a minar a confiança internacional no potencial energético de Moçambique.

Diante deste cenário, o CDD apela à intensificação dos esforços para restaurar a paz em Cabo Delgado e à mobilização de apoios internacionais mais firmes. A organização considera que somente com segurança garantida será possível reactivar os projectos e colocar o país no caminho do crescimento sustentável prometido pela indústria do gás.

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