Durante a cerimônia de lançamento da Chama da Unidade Nacional, realizada em Nangade, na província de Cabo Delgado, representantes dos partidos políticos da oposição fizeram um apelo veemente pelo fim dos acordos não cumpridos no país. O pronunciamento foi feito por Alberto Ferreira, que falou em nome do líder da oposição, Albino Forquilha, e representou todos os partidos oposicionistas presentes.
Na ocasião, Ferreira destacou os diversos desafios enfrentados por Moçambique, mencionando questões como a instabilidade política, a fragilidade do sistema eleitoral, a baixa confiança nas instituições, além de problemas sociais como o alto custo de vida, desemprego, falta de moradia, precariedade nos setores da saúde e educação, e a corrupção generalizada na administração pública.
Apesar das dificuldades, a oposição reconheceu a importância simbólica do local escolhido para o início do percurso da Chama da Unidade Nacional, afirmando que a iniciativa visa reforçar a coesão do povo moçambicano, independentemente das diferenças políticas, religiosas, étnicas ou sociais. Ferreira destacou que o gesto representa o desejo de um povo que continua firme na busca por soluções para os desafios antigos e atuais do país.
No discurso, foi sublinhado que, mesmo após cinco décadas de independência e apesar das riquezas naturais que Moçambique possui, os problemas estruturais persistem, e a esperança gerada pela liberdade conquistada em 1975 foi se dissipando com o tempo.
Em nome dos partidos da oposição, Ferreira reafirmou o compromisso com as reformas e a construção de consensos em torno do interesse nacional, acima de qualquer agenda individual ou partidária. “Na luta pela alternância do poder, devemos agir como cidadãos de boa fé, com amor à pátria, rejeitando qualquer perturbação da ordem pública ou prejuízo à livre circulação de pessoas e bens, pois isso afeta diretamente a vida do nosso povo”, frisou.
Ele também defendeu a urgência de restaurar a paz, a estabilidade e o desenvolvimento sustentável como pilares para fortalecer o Estado de Direito. Ao encerrar o discurso, Ferreira enfatizou a crença da oposição na democracia e na importância de um diálogo político nacional aberto, inclusivo e sincero como caminho para soluções duradouras.
O percurso da Chama da Unidade Nacional culminará no dia 25 de junho, data que marca o cinquentenário da Independência de Moçambique.
