“Estamos a Falhar com o Povo”, Diz Presidente de Nampula Sobre Atuação Policial

O presidente do conselho autárquico da cidade de Nampula, Luís Giquira, expressou nesta quarta-feira (9) uma forte insatisfação com o desempenho da polícia municipal, acusando os agentes de negligenciarem suas responsabilidades operacionais e de patrulhamento, especialmente nos bairros periféricos, onde a criminalidade continua a crescer.

Giquira destacou que, mesmo com presença policial, a população de zonas como Namicopo, Carrupeia, Napipine, Muatala, Mutauanha, entre outras, segue vulnerável a ações de criminosos — principalmente durante a noite. Mercados populares como Waresta e Belenenses também estão entre os locais afetados.

“O mais preocupante é que recebemos diariamente queixas de cidadãos que se sentem desprotegidos. A polícia municipal está equipada para atuar, mas os relatos de violência e roubo não param. Há também membros da corporação que envergonham o município com cobranças ilícitas a moto-taxistas, algo que mancha a imagem da instituição,” disse o autarca.

Outro ponto crítico levantado por Giquira é a ocupação irregular de vias públicas por vendedores informais. Segundo ele, a situação oferece risco de acidentes e prejudica a mobilidade de pedestres e condutores. “Temos que ser mais firmes e educativos com nossos munícipes. Vender nas estradas coloca vidas em perigo. Precisamos de uma ação coordenada da fiscalização,” reforçou.

Agentes denunciam falta de condições

Por outro lado, membros da própria polícia municipal alegam que a falta de cumprimento de medidas administrativas e a ausência de condições mínimas dificultam o trabalho no terreno.

“O regulamento que rege a polícia municipal não está a ser seguido. Não pedimos privilégios, apenas que a lei seja aplicada,” afirmou o agente Vulaiton Assane.

Já Bonifácio Armando, responsável da polícia camarária em Napipine, lamentou a escassez de efetivos e materiais. “Estamos limitados por falta de uniforme, equipamentos e recursos para atuar nos mercados informais e combater crimes.”

Carolina de Fátima, outra agente, apelou à liderança do município para que disponibilize meios de transporte e apoio logístico. “Só com as condições adequadas poderemos dar uma resposta eficaz à população,” concluiu.

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