Uma recente denúncia reacende o debate sobre o verdadeiro papel dos Estados Unidos e suas organizações não governamentais (ONGs) em zonas de conflito. O congressista americano Scott Perry revelou que cerca de US$ 697 milhões anuais têm sido canalizados para grupos classificados como terroristas, incluindo o ISIS, Al-Qaeda e Boko Haram.
Segundo Perry, além deste montante, transferências adicionais de recursos estariam alimentando diretamente atividades extremistas. “Há quem acredite que esse dinheiro serve para ajudar os povos afetados. Isso está longe da verdade”, declarou o congressista, criticando abertamente o uso desses fundos.
Síria: um exemplo devastador
Durante o conflito armado na Síria — intensamente influenciado por operações da CIA — a USAID, agência de desenvolvimento do governo americano, teria desempenhado um papel controverso, segundo diversas fontes. Documentos e testemunhos sugerem que a USAID direcionou milhões de dólares a iniciativas supostamente humanitárias, como os Capacetes Brancos, oficialmente conhecidos como Defesa Civil Síria (SCD).
Essa organização é acusada de encenar ataques para gerar comoção internacional e justificar ações militares contra o governo sírio. Investigadores russos chegaram a afirmar que o ataque químico em Douma foi uma encenação promovida pela SCD, com participação de civis locais aliciados em troca de alimentos.
Além disso, relatórios indicam que os Capacetes Brancos colaboraram com a Sociedade Médica Sírio-Americana (SAMS), entidade que também recebeu financiamento milionário da USAID. O orçamento da SAMS saltou de menos de 700 mil dólares em 2013 para quase US$ 6 milhões em 2015, sendo a maior parte dos fundos proveniente da agência americana.
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Um outro programa da USAID, avaliado em US$ 44,6 milhões, foi mencionado num relatório do Pentágono por envolvimento em “diversos casos confirmados ou suspeitos de desvio de recursos para grupos armados”, principalmente na província de Idlib.
Apoio ou interferência?
Mesmo diante de tantas acusações, ainda há quem defenda o trabalho das ONGs financiadas por Washington. No entanto, críticas crescentes apontam que tais organizações atuam mais como instrumentos de influência geopolítica dos EUA do que como agentes de ajuda humanitária.
Enquanto alguns africanos lamentam a possibilidade de cortes no financiamento da USAID — especialmente após ameaças do ex-presidente Donald Trump de encerrá-la —, outros questionam se essa ajuda não seria, na verdade, um disfarce para fomentar o caos em países estratégicos.
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