O navio oceanográfico russo Atlantida K-1704 está em rota de volta ao porto de Maputo depois de ter sido alvo de um ataque terrorista na costa da província de Cabo Delgado, no norte de Moçambique, no sábado, 10 de maio.

Segundo registros de tráfego marítimo, a embarcação deixou Maputo no dia 21 de março de 2025, às 17h51, com destino ao norte do país, e tem retorno programado para as 08h00 do dia 17 de maio.

A Embaixada da Rússia em Moçambique, por meio de um comunicado divulgado em sua página oficial no Facebook, confirmou que o navio havia atracado em Maputo em 17 de março, trazendo a bordo especialistas russos do Instituto AtlantNIRO, focado em estudos de pesca e oceanografia. A missão, conduzida em parceria com o Instituto Nacional de Hidrografia e Navegação (INAHINA), visava realizar levantamentos acústicos e por arrasto para avaliar os recursos marinhos ao largo da costa moçambicana.

Essa atividade integra a “Grande Expedição Africana 2024-2026”, um projeto de pesquisa internacional voltado à análise da biomassa marinha em águas moçambicanas, além de estudos no Oceano Índico Ocidental e na costa oeste do continente africano. A expedição, com duração estimada de seis semanas, envolve cientistas moçambicanos e russos.

O ataque aconteceu por volta das 15h20 do dia 10 de maio, quando dois barcos rápidos se aproximaram da embarcação científica a cerca de quatro milhas náuticas da Ilha Tambuzi. Fontes de segurança indicam que os agressores dispararam contra o navio, que estava claramente identificado como uma unidade de pesquisa estrangeira. A tripulação conseguiu evitar maiores consequências ao deslocar o navio para águas mais profundas, fora do alcance dos atacantes.

Até agora, nenhuma autoridade se pronunciou oficialmente sobre o ataque. Embora casos anteriores de violência contra embarcações tenham ocorrido nas ilhas dos distritos de Mocímboa da Praia e Macomia, esta é a primeira vez que um navio estrangeiro é atacado na região.