A entrada de Dane Kondic na liderança da Comissão de Gestão das Linhas Aéreas de Moçambique (LAM) marca o início de uma nova etapa no processo de reestruturação da transportadora estatal. O gestor internacional assume o cargo com um mandato de apenas um ano, período em que se espera implementar a fase atual do plano de transformação da empresa, após anos enfrentando sérios problemas financeiros e operacionais.
Com mais de três décadas de experiência no setor da aviação, incluindo passagens por empresas como Air Serbia e uma breve colaboração com a EuroAtlantic Airways, Kondic foi recomendado pela Knighthood Global. Esta consultora foi contratada com o apoio da Hidroelétrica de Cahora Bassa (HCB), uma das três novas acionistas da LAM. Apesar da complexidade do processo de reestruturação, a companhia aérea esclareceu que será lançado um concurso público internacional para a contratação de um gestor definitivo.
Outro ponto que se destaca é o papel ativo dos representantes das três acionistas — HCB, EMOSE e CFM — que, embora façam parte de um Conselho de Administração não executivo, têm exercido funções práticas no dia a dia da empresa. Pela HCB, foi indicado Dane Kondic; a EMOSE nomeou Lucas Francisco, responsável pelas áreas Financeira e Comercial; e os Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM) designaram o comandante Hilário Tembe para dirigir os departamentos Operacional e Técnico.
A nova Comissão de Gestão reúne competências-chave em governança financeira, operações e gestão técnica, e foi concebida com o objetivo de restaurar a estabilidade e a imagem da companhia aérea.
Internamente, o ambiente entre os funcionários é de alívio e otimismo. Após um longo ciclo de instabilidade e decisões impopulares, a chegada da nova administração tem sido vista como um avanço significativo. Um símbolo dessa mudança é o retorno de Hilário Tembe, que havia sido afastado anteriormente, numa decisão que gerou forte reação dos trabalhadores. Na ocasião, denúncias sobre má gestão levaram os colaboradores a protestar em frente ao gabinete do então ministro dos Transportes e Comunicações, Mateus Magala.
Apesar dos desafios que ainda se colocam, há um sentimento renovado de confiança na LAM. A presença de profissionais experientes e a perceção de maior clareza na gestão apontam para a construção de uma companhia mais estruturada, transparente e eficiente.
