Aline Pereira Ghammachi, freira brasileira de 41 anos, foi afastada do cargo de madre-abadessa de um mosteiro na Itália, em abril de 2025, por decisão eclesiástica tomada após uma denúncia anônima enviada ao papa Francisco em 2023. A religiosa, que nega veementemente as acusações de maus-tratos e uso indevido de recursos, recorreu da decisão junto à mais alta instância jurídica da Igreja Católica, buscando reverter o afastamento.
Durante o período em que liderou o mosteiro, irmã Aline ficou conhecida por sua postura acolhedora e pelas ações voltadas à inclusão social. Sob sua gestão, o espaço religioso abriu-se para a comunidade local, oferecendo apoio a mulheres vítimas de violência e a pessoas com transtorno do espectro autista, o que gerou reconhecimento entre fiéis e organizações sociais da região.
Em declarações recentes, a freira afirmou ainda ter enfrentado preconceito dentro da própria Igreja. “Disseram que eu era bonita demais para ser freira”, relatou, indicando que sua aparência também teria sido alvo de críticas e resistência no meio eclesiástico.
Desde sua saída, o ambiente interno do mosteiro tem passado por turbulências. Duas postulantes abandonaram o processo de formação religiosa e cinco freiras formalizaram queixas contra a nova liderança. A situação despertou a atenção de observadores da Igreja e reacendeu debates sobre discriminação, transparência e reformas institucionais dentro das ordens religiosas.
