Um levantamento recente realizado por pesquisadores ligados à Universidade de Harvard aponta que aproximadamente 377 mil palestinos desapareceram da Faixa de Gaza desde o início das operações militares de Israel em 2023. Estima-se que metade dessas vítimas sejam crianças.

O relatório foi elaborado pelo acadêmico israelense Yaakov Garb, que utilizou cruzamento de dados e imagens de mapeamento espacial para analisar o impacto do bloqueio e dos ataques conduzidos pelas forças israelenses contra a população civil do enclave.

Segundo o estudo, esses desaparecimentos correspondem a cerca de 17% da população total da Faixa de Gaza, que atualmente gira em torno de 1,85 milhão de pessoas. Antes do conflito, a população local era estimada em 2,22 milhões.

Embora uma parcela dessas pessoas esteja deslocada ou tenha desaparecido sem confirmação, a pesquisa indica que um número expressivo foi morto em decorrência dos bombardeios e ações militares israelenses.

O professor Garb destaca que o número oficial de mortos, que está em torno de 61 mil, não reflete a realidade, pois muitos corpos permanecem soterrados sob escombros e ainda não foram contabilizados.

Essa não é a primeira vez que se sugere que o número real de mortos em Gaza supera as estatísticas divulgadas. Em janeiro deste ano, a conceituada revista médica The Lancet publicou um estudo indicando que as mortes podem ter sido subestimadas em até 41% nos primeiros nove meses do conflito. O relatório também apontou que quase 60% das vítimas são mulheres, crianças e idosos.

Ainda em julho de 2024, um outro estudo do The Lancet alertava que o impacto da ofensiva israelense poderia resultar em um saldo de mortes variando entre 149 mil e 598 mil pessoas em Gaza.