Audiência fantasma no tribunal agrava tensão entre desmobilizados e RENAMO

Maputo – Os antigos combatentes da RENAMO reforçaram esta sexta-feira (30) o seu posicionamento contra a liderança de Ossufo Momade, garantindo que a mobilização pela sua destituição continuará firme. A declaração ocorre após os desmobilizados comparecerem ao Tribunal Judicial da Cidade de Maputo para uma sessão que acabou por não se realizar.

Os 59 ex-guerrilheiros, que haviam sido detidos na 18.ª esquadra desde quarta-feira, foram libertos na noite anterior, após terem sido removidos das instalações centrais do partido pela Unidade de Intervenção Rápida (UIR). A ação ocorreu tanto na sede nacional da RENAMO como no gabinete do presidente do partido.

Segundo Edgar Silva, porta-voz dos desmobilizados, os antigos combatentes acataram uma suposta intimação verbal para se apresentarem no tribunal, mas ao chegarem foram surpreendidos pela ausência de qualquer notificação formal.

“Viemos ao tribunal conforme a orientação recebida, mas aqui disseram-nos que não há qualquer processo, a juíza desconhecia totalmente o nosso caso. É estranho que 59 pessoas apareçam e não haja nenhuma comunicação oficial. Ficamos sem resposta,” lamentou Silva.

Os ex-combatentes afirmam que pretendem agora procurar esclarecimentos junto do Comando da Polícia da Cidade de Maputo, uma vez que foi essa entidade que, segundo dizem, orientou informalmente a ida ao tribunal.

“Queremos entender se isto foi apenas um mal-entendido ou algo mais grave. Não queremos acreditar que tudo isso tenha sido uma encenação de mau gosto,” disse ainda o porta-voz.

Apesar da confusão judicial, o grupo de desmobilizados garante que a luta interna pela substituição de Ossufo Momade na presidência da RENAMO continuará até que sejam alcançadas mudanças que consideram necessárias para a reorganização do partido.

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