Última Hora: Portões da UNISAVE Trancados por Seguranças Revoltados com Dois Meses de Salário em Atraso

Na manhã da segunda-feira, 2 de junho de 2025, um grupo de seguranças de uma empresa privada sediada na província de Inhambane paralisou as suas atividades e bloqueou os portões da Universidade Save (UNISAVE), na extensão da cidade da Maxixe, em protesto contra o atraso no pagamento de dois meses de salário.

A manifestação, que se estendeu por cerca de cinco horas, causou tumulto entre estudantes e docentes da instituição localizada em Mutamba, afetando o normal funcionamento das atividades académicas.

Segundo os seguranças, a situação financeira tornou-se insustentável. Alguns relataram dificuldades básicas como não ter dinheiro sequer para o transporte diário. “Estamos sem receber há dois meses. Quando questionamos, ninguém nos dá explicações. Chegamos ao ponto de sofrer humilhações até de funcionários e estudantes. No sábado, fomos chamados de escravos por um colaborador da instituição. Isso foi a gota d’água”, relatou um dos manifestantes, sob anonimato.

Outro segurança explicou que o bloqueio dos portões foi uma medida de pressão para demonstrar à universidade o impacto da sua força de trabalho. “Fechámos tudo às cinco da manhã e só voltámos a abrir depois das 10 horas, após negociação com o comandante da polícia”, disse.

Apesar do retorno à normalidade após o diálogo com a Polícia, o impasse sobre o pagamento dos salários ainda não foi resolvido. “A empresa alega dificuldades e diz que não há diretor para assinar os cheques. Muitos de nós estamos a pensar abandonar o trabalho. Não é justo trabalhar de graça tendo uma família para sustentar”, acrescentou outro segurança.

Do lado dos estudantes, a frustração também foi evidente. Muitos ficaram do lado de fora, enfrentando o frio e perdendo aulas e avaliações. “Chegámos cedo e encontrámos os portões fechados. Os seguranças disseram que ninguém entraria enquanto não fossem pagos. Tentámos dialogar, mas não aceitaram. Perdemos avaliações importantes”, lamentou um estudante.

O delegado da UNISAVE na Maxixe, Alberto Mate, reconheceu o protesto como legítimo, mas esclareceu que o problema é de responsabilidade exclusiva da empresa de segurança. “Temos contrato com a empresa, não com os seus funcionários. Entrámos em contacto com os supervisores, que vieram ao local e conseguiram acalmar a situação”, afirmou.

A direção da universidade exigiu da empresa medidas para compensar os prejuízos causados aos estudantes e docentes. “Contratamos segurança para nos proteger, não para criar transtornos. Esperamos que este tipo de situação não volte a acontecer. Continuamos com a empresa após uma reunião em que vários pontos críticos foram discutidos”, concluiu Mate.

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