Vitano Singano, presidente do partido moçambicano Revolução Democrática (RD), foi restituído à liberdade após mais de seis meses de detenção na Cadeia Civil de Maputo. Singano foi preso em novembro de 2024, acusado pelo Ministério Público de liderar uma alegada conspiração contra a segurança do Estado, que incluía, segundo as autoridades, o planeamento de um ataque à Ponta Vermelha – residência oficial do Presidente da República.

As acusações indicavam também que Singano teria tentado recrutar membros das Forças de Defesa e Segurança, ex-guerrilheiros e outros indivíduos com experiência militar, com o objetivo de assaltar unidades policiais e militares, instaurando um clima de instabilidade e alteração violenta da ordem democrática.

Durante o período de detenção, o secretário-geral do RD, Nunes Paulo, denunciou a falta de informações oficiais detalhadas, afirmando que o líder partidário permaneceu incomunicável desde sua prisão. O partido considerou o processo uma violação grave dos direitos fundamentais e pediu repetidas vezes uma clarificação da situação por parte das autoridades judiciais.

Hoje, 20 de maio de 2025, surgiram confirmações de que Vitano Singano foi libertado e já se encontra de volta à sua residência. A notícia da sua libertação foi inicialmente partilhada por apoiantes e membros do partido nas redes sociais, gerando forte repercussão pública. No entanto, até o momento, não há um comunicado oficial das autoridades judiciais explicando os motivos ou condições da sua libertação.

A libertação de Singano reabre o debate sobre o caso, levantando questões sobre a transparência do processo judicial e as garantias do Estado de Direito em Moçambique. Ainda há incertezas quanto ao futuro político do líder da RD e se as acusações contra ele serão formalmente retiradas ou mantidas em aberto.

Imagens: Sérgio Azarias Matsinhe