Venâncio Mondlane: “Morte de José Pedro é fruto da omissão criminosa do Estado”

O político moçambicano Venâncio Mondlane afirmou que o assassinato de José Pedro Alves da Silva, empresário português morto a tiro na última sexta-feira (03/05), é consequência da “ligeireza cúmplice” de certos setores das forças de segurança do Estado. Em comunicado divulgado nas redes sociais, Mondlane classificou o homicídio como “macabro e repugnante”, acrescentando que ele se soma a uma série de crimes semelhantes, supostamente favorecidos pela omissão de autoridades.

O crime ocorreu por volta das 13h, na cidade da Matola, província de Maputo. José Pedro, que seguia em sua viatura, foi alvejado no peito por ocupantes de outro veículo, tendo vindo a falecer enquanto era transportado para o Hospital José Macamo, em Maputo.

De acordo com informações da Polícia da República de Moçambique (PRM), a vítima estaria em posse de grandes quantias de dinheiro, o que reforça a hipótese de tentativa de roubo. A polícia descarta que se tenha tratado de uma tentativa de rapto, baseando-se no modo de atuação dos agressores.

José Pedro Alves da Silva era administrador da empresa SOTUBOS, que atua no setor de materiais de construção, e filho de Alberto Silva, antigo presidente do clube português Sporting de Braga. Em 2019, ele foi nomeado embaixador do clube para a região da África Austral.

Venâncio Mondlane, que esteve à frente de manifestações contra os resultados eleitorais em 2023, exigiu uma investigação rigorosa e responsabilização dos envolvidos. “As autoridades devem agir com firmeza para esclarecer este crime e punir os verdadeiros mentores por trás das redes criminosas que parecem infiltrar estruturas militares”, afirmou, expressando solidariedade à família da vítima e ao Estado português.

Por sua vez, a primeira-ministra de Moçambique, Benvinda Levy, garantiu que o governo está a acompanhar de perto o caso e que o processo investigativo já está em curso. Ela ressaltou que qualquer perda de vida, seja de moçambicanos ou estrangeiros, é motivo de consternação para o Estado.

O presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, também manifestou condolências à família do empresário assassinado.

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